segunda-feira, 15 de julho de 2024

Dia do homem. Do homem brasileiro

 

Hoje o Brasil e celebra o Dia do homem. Uma data, aliás, bem brasileira visto que o Dia internacional do homem é celebrado em 19 de novembro (é por isto que há o “novembro azul”). Apesar das divergências entre o homem brasileiro e o homem estrangeiro, pelo menos em termos de data..., o propósito é o mesmo e não tem nada a ver com alguma oposição ao movimento feminino ou feminista, já é bom adiantar.

 

A data pretende conscientizar o homem que ele precisa se preocupar com sua saúde e que existem algumas doenças que são típicas do homem, a exemplo do câncer da próstata. A questão central é que enquanto as mulheres, historicamente, cuidaram de sua saúde em função das particularidades genéticas/biológicas, os homens tendem a desprezar alguns cuidados, “preferindo” apenas prevenir-se das doenças comuns (coluna, visão, fígado etc).

 

O dia trará também à tona não somente esta discussão sobre a saúde mas sobre a igualdade entre gêneros. E nesta discussão estamos “perdendo” em pelo menos dois aspectos generalistas: de um lado na saúde nas empresas e do outro a saúde no espaço educacional. Nestes dois itens as mulheres estão bem mais avançadas na prevenção e informação e há mais políticas públicas disponíveis.

 

Começando pela saúde nas empresas. É bastante comum que haja atendimentos próprios para as mulheres nas médias e grandes empresas, com maior disponibilidade de informação e num setor de pessoas mais dedicado aos cuidados da saúde da mulher. Há, claro, ainda um viés com foco na ausência ao trabalho que, felizmente, é cada vez menor em relação à própria conscientização da vida e da saúde. Há, muitas vezes, programas que preparam as mulheres para que tenham muitos cuidados biológicos na preparação para ser mãe como também cuidados pessoais para enfrentar eventuais adversidades com a mudança no corpo mas principalmente no novo formato de vida: ter que cuidar de um bebê. Mas, quase não temos conhecimento de programas de preparação para homens que querem ser pais: qual o papel na gestação e no cuidado da criança, principalmente nas primeiras semanas e meses? Como tornar-se, como e diz popularmente, “pai em tempo integral” junto com a mãe? Há, talvez, poucas campanhas sobre o tema nas empresas.

 

Poderia, aliás, deveria ter mais, bem mais informação Seria um bom compartilhamento.

 

No espaço educacional a discrepância não somente é maior como começa mais cedo. Nas escolas há muitas orientações para as meninas na fase da puberdade e da mudança biológica além de disseminação de conhecimento sobre as doenças que afetam as mulheres. Para os meninos, até compreensível, nada ou quase nada. Mas, quando chega na universidade em que os homens já são adultos e podem cuidar da “saúde masculina” é difícil encontrar informação sobre algum programa ou ação universitária sobre o tema; e hoje, com o “envelhecimento” da população universitária masculina, já poderia começar algum programa – bem mais cedo – sobre, por exemplo, o câncer de próstata (e como prevenir e acompanhar).

 

Poderia, aliás, deveria ter mais, bem mais informação Seria um bom compartilhamento.

 

O dia 15 de julho é tão importante quanto o dia 19 de novembro ou todo o mês de novembro azulado. Considerando que temos este privilégio no Brasil das duas datas, bem que poderíamos ter os poderes públicos federal, estadual e municipal conscientizando – também – duplamente sobre a saúde do homem. Quem começa?

Nenhum comentário: