Hoje o Brasil e celebra o Dia do homem. Uma data, aliás, bem brasileira
visto que o Dia internacional do homem é celebrado em 19 de novembro (é por
isto que há o “novembro azul”). Apesar das divergências entre o homem
brasileiro e o homem estrangeiro, pelo menos em termos de data..., o propósito é
o mesmo e não tem nada a ver com alguma oposição ao movimento feminino ou
feminista, já é bom adiantar.
A data pretende conscientizar o homem que ele precisa se preocupar com
sua saúde e que existem algumas doenças que são típicas do homem, a exemplo do
câncer da próstata. A questão central é que enquanto as mulheres,
historicamente, cuidaram de sua saúde em função das particularidades genéticas/biológicas,
os homens tendem a desprezar alguns cuidados, “preferindo” apenas prevenir-se
das doenças comuns (coluna, visão, fígado etc).
O dia trará também à tona não somente esta discussão sobre a saúde mas
sobre a igualdade entre gêneros. E nesta discussão estamos “perdendo” em pelo
menos dois aspectos generalistas: de um lado na saúde nas empresas e do outro a
saúde no espaço educacional. Nestes dois itens as mulheres estão bem mais
avançadas na prevenção e informação e há mais políticas públicas disponíveis.
Começando pela saúde nas empresas. É bastante comum que haja
atendimentos próprios para as mulheres nas médias e grandes empresas, com maior
disponibilidade de informação e num setor de pessoas mais dedicado aos cuidados
da saúde da mulher. Há, claro, ainda um viés com foco na ausência ao trabalho
que, felizmente, é cada vez menor em relação à própria conscientização da vida
e da saúde. Há, muitas vezes, programas que preparam as mulheres para que tenham
muitos cuidados biológicos na preparação para ser mãe como também cuidados
pessoais para enfrentar eventuais adversidades com a mudança no corpo mas
principalmente no novo formato de vida: ter que cuidar de um bebê. Mas, quase
não temos conhecimento de programas de preparação para homens que querem ser pais:
qual o papel na gestação e no cuidado da criança, principalmente nas primeiras
semanas e meses? Como tornar-se, como e diz popularmente, “pai em tempo
integral” junto com a mãe? Há, talvez, poucas campanhas sobre o tema nas
empresas.
Poderia, aliás, deveria ter mais, bem mais informação Seria um bom
compartilhamento.
No espaço educacional a discrepância não somente é maior como começa
mais cedo. Nas escolas há muitas orientações para as meninas na fase da puberdade
e da mudança biológica além de disseminação de conhecimento sobre as doenças
que afetam as mulheres. Para os meninos, até compreensível, nada ou quase nada.
Mas, quando chega na universidade em que os homens já são adultos e podem
cuidar da “saúde masculina” é difícil encontrar informação sobre algum programa
ou ação universitária sobre o tema; e hoje, com o “envelhecimento” da população
universitária masculina, já poderia começar algum programa – bem mais cedo – sobre,
por exemplo, o câncer de próstata (e como prevenir e acompanhar).
Poderia, aliás, deveria ter mais, bem mais informação Seria um bom
compartilhamento.
O dia 15 de julho é tão importante quanto o dia 19 de novembro ou todo o
mês de novembro azulado. Considerando que temos este privilégio no Brasil das
duas datas, bem que poderíamos ter os poderes públicos federal, estadual e
municipal conscientizando – também – duplamente sobre a saúde do homem. Quem começa?
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