quinta-feira, 11 de julho de 2024

Uma conta de luz por vez

 

Todo mês chega a notícia da cor da “bandeira” tarifária que estará acoplada à conta de energia. A mais barata é a bandeira dita verde, aquela que não onera a conta além do próprio consumo de cada cidadão e de cada empresa. Em tempos mais antigos da política, aqui no RN, a torcida seria sempre por um bacurau ou aluizista, visto que durante anos algumas casas eram decoradas com bandeiras verdes na época eleitoral, atestando a filiação partidária ou ideológica.

 

Quando saímos da bandeira verde já sabemos que haverá um extra a ser pago, e por todos praticamente. E no mês seguinte ficamos a esperar qual será a nova decisão do momento. Já nos acostumamos tanto, parece, que ainda que o valor individual seja baixo, ninguém nem reclama mais, nem protesta publicamente nem mesmos discursos políticos empolgados contra o aumento da conta são relatados. A decisão da bandeira é para remunerar as outras formas de produção de energia que são mais caras do que a produção das hidrelétricas e apesar de todo o aumento da produção eólica e fotovoltaica, sem falar na produção individual que muita gente contratou, ainda não é suficiente. Já comentei, inclusive, sobre o tema.

 

Já gastamos muito com estas bandeiras. Já poderia ser tempo de encerrar esta conta extra, principalmente pelo fato de que ninguém consegue adivinhar ou antecipar a nova fatura pois depende, claro, das condições climáticas, mas também de cálculos complexo e inacessíveis ao cidadão comum. Decide-se pela bandeira e fica tudo ok. Não é um argumento sobre a ilegalidade do cálculo, mas bem que uma organização poderosa, daqueles que defende o cidadão, poderia verificar a conta.

 

E mais ainda, acho. Será que não haverá nunca uma solução para o fim das bandeiras? Apenas quando as barragens registrarem os 100% de água? Entendo o fim das bandeiras, no sentido do fim enquanto finalidade, mas ainda não entendi (ou não conheço) o fim das bandeiras, no sentido de que um dia não teremos mais, de que será eterno.

 

Eventualmente até, é uma nova opinião, se todo mês fosse cobrado o valor simbólico de um real em cada conta quando houver bandeira verde será que não seria possível aplicar estes recursos na produção de energia, tudo isto para evitar a continuidade da taxação extra? Já tivemos taxa extra na gasolina e o resultado foi nulo para o consumidor: pagou muito e não viu o problema solucionado.

 

Com tanto vento disponível, bem que poderíamos recolher todas estas bandeiras.

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