Todo mês chega a notícia da cor da “bandeira” tarifária que estará
acoplada à conta de energia. A mais barata é a bandeira dita verde, aquela que
não onera a conta além do próprio consumo de cada cidadão e de cada empresa. Em
tempos mais antigos da política, aqui no RN, a torcida seria sempre por um
bacurau ou aluizista, visto que durante anos algumas casas eram decoradas com
bandeiras verdes na época eleitoral, atestando a filiação partidária ou
ideológica.
Quando saímos da bandeira verde já sabemos que haverá um extra a ser
pago, e por todos praticamente. E no mês seguinte ficamos a esperar qual será a
nova decisão do momento. Já nos acostumamos tanto, parece, que ainda que o
valor individual seja baixo, ninguém nem reclama mais, nem protesta
publicamente nem mesmos discursos políticos empolgados contra o aumento da
conta são relatados. A decisão da bandeira é para remunerar as outras formas de
produção de energia que são mais caras do que a produção das hidrelétricas e apesar
de todo o aumento da produção eólica e fotovoltaica, sem falar na produção
individual que muita gente contratou, ainda não é suficiente. Já comentei,
inclusive, sobre o tema.
Já gastamos muito com estas bandeiras. Já poderia ser tempo de encerrar
esta conta extra, principalmente pelo fato de que ninguém consegue adivinhar ou
antecipar a nova fatura pois depende, claro, das condições climáticas, mas
também de cálculos complexo e inacessíveis ao cidadão comum. Decide-se pela
bandeira e fica tudo ok. Não é um argumento sobre a ilegalidade do cálculo, mas
bem que uma organização poderosa, daqueles que defende o cidadão, poderia
verificar a conta.
E mais ainda, acho. Será que não haverá nunca uma solução para o fim das
bandeiras? Apenas quando as barragens registrarem os 100% de água? Entendo o
fim das bandeiras, no sentido do fim enquanto finalidade, mas ainda não entendi
(ou não conheço) o fim das bandeiras, no sentido de que um dia não teremos mais,
de que será eterno.
Eventualmente até, é uma nova opinião, se todo mês fosse cobrado o valor
simbólico de um real em cada conta quando houver bandeira verde será que não
seria possível aplicar estes recursos na produção de energia, tudo isto para
evitar a continuidade da taxação extra? Já tivemos taxa extra na gasolina e o
resultado foi nulo para o consumidor: pagou muito e não viu o problema
solucionado.
Com tanto vento disponível, bem que poderíamos recolher todas estas
bandeiras.
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