terça-feira, 9 de julho de 2024

Semestre universitário

 

Não sei quando começou a primeira universidade no mundo nem quando começou a primeira no Brasil. Certamente uma pesquisa básica no Google  encontrará rapidamente a resposta; por isto, não sei quem foi que inventou o tal do “semestre letivo”. Em países europeus a prática universitária é o ano letivo e como o calendário de lá é diferente, no meio do ano letivo temos as festividades de Natal e Ano Novo, o que provoca uma pausa nas aulas.

 

Aqui no Brasil, desde que me lembro de universidade e desde que fui à primeira aula, o conceito de semestre letivo é o determinante. E vale para graduação, mestrado ou doutorado: toda disciplina começa e termina em menos de 6 meses (em geral, quatro meses e meio), inevitavelmente; temos até a particularidade de disciplinas “continuadas”, ou seja, algo como Direito Civil 1, Direito Civil 2 etc, uma divisão criada para poder encaixar o conteúdo no semestre.

 

É o conteúdo que se encaixa no calendário acadêmico e, de forma coincidente, todas as disciplinas, apesar dos conteúdos distintos, têm a mesma duração: uma disciplina da Matemática, da Ecologia, do Direito ou da Educação Física terá a mesma quantidade de aulas do semestre, a única diferença será a carga horária de cada uma delas (mas que em geral ocupam 4h/aula por semana).

 

Esta introdução é para lembrar que pode ser hora de mudar alguma coisa no mundo universitário. Primeiramente, começaria pela redução no tempo dos cursos. Parece meio contraditório dizer isto quando há cada vez mais conhecimento mas, por outro lado, é a quantidade de inovações que faz com que uns conhecimentos lá do começo do curso já tenham se tornado obsoletos ou críticos e isto vale especialmente para as áreas tecnológicas.

 

Mas, a proposta é outra: será que trabalhar com conceito de quadrimestre melhoraria o resultado acadêmico? Não ficaria tão extenso quanto os seis meses de aula, os conteúdos seriam mais condensados por quadrimestre e, em caso de paralisações daria até para “esperar” o fim do quadrimestre antes de iniciar a greve (que é um direito, vale lembrar!). Antigamente uma aula tinha duração de quase 2h; hoje ainda, mas é cada vez mais difícil manter a atenção do estudante por “tão longo” tempo. O ciclo poderia ser menor, os estudantes que chegam hoje à universidade recebem uma grande carga de conteúdo nas escolas e a preparação para o Enem é intensa, há muita informação que antes fazia parte de alguma grade curricular.

 

São outros tempos, diria. Poderia também ser tempo de repensar o... tempo do semestre letivo universitário.

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