O filme Divertida Mente 2 já alcançou a melhor bilheteria do cinema no
Brasil. Foi lançado em 20 de junho e já rendeu mais de R$ 360 milhões em
bilheteria, marca que impressiona nestes tempos mais modernos de internet e de
streaming: ainda tem gente saindo de casa para se divertir e assistir um filme na
telona e, convenhamos, um filme que poderia ser considerado até infantil ou
simplesmente engraçado, uma animação fantasiosa que consegue contagiar grande
público.
O filme, agora Divertida Mente 2, segue o mesmo perfil do anterior e
trata das reações humanas mais comuns e gerais, presentes em todos: alegria, tristeza,
medo, raiva e nojinho (como é relatado na divulgação). Talvez esta mensagem
subliminar que gerou tanto interesse, de ver – em animação – como o ser humano
consegue ser completo e contraditório em determinados momentos, opondo por exemplo
a alegria e a tristeza ou reunir medo e raiva.
Guardadas todas as proporções, é assim também na política e no mundo dos
negócios. Na política alguns perfis oscilam entre 1 ou 2 destes temas enquanto
outros tentam focar em apenas um para vender a ideia do medo (e o candidato ser
a solução), da alegria (e o candidato ser o responsável por aumentá-la), a
tristeza (e o candidato conseguir superá-la), a raiva (e o candidato incentivá-la
e direcionando para um público específico ou aspectos econômicos, por exemplo)
ou ainda do nojinho (e o candidato mostrando que a sensação é causada pelo
atual sistema e seus administradores, que estragam tudo na cidade ou no país).
Faço esta comparação ainda no começo do período eleitoral formal, daquilo
que teimosamente chamam de pré-campanha mas que já é na verdade a campanha,
apenas sem o número do registro dos candidatos. Já faz um bom tempo as campanhas
centravam mais entre a alegria e a tristeza com a promessa de boas soluções ou
de melhoria da situação atual, vendia-se promessa por seu resultado; hoje, e já
há algumas campanhas, infelizmente, vende-se muita raiva e medo, além do
nojinho, como forma de criticar tudo e todos para criar uma ideia de caos e ao
mesmo vender a imagem do salvador da pátria, do endeusamento e da
personalização do candidato muito mais por suas críticas do que por suas
propostas reais (muitas vezes há até propostas, mas tão genéricas que parecem
mais uma mera lista de boas intenções).
Em breve começam as convenções partidárias. Serão discutidas alianças e
acordos, parcerias com interesses pessoais. Ideologia ou programa de trabalho,
nada ou muito pouco.
E isto não tem nada de divertido, embora pareça um pouco com Divertida
Mente: pura fantasia, mera animação e depois que terminar este “filme” (a
eleição) voltaremos para a crua realidade; esperando pelo próximo “filme”. Tudo
isto não rende bilheteria recorde, mas mexe com muito dinheiro; o meu e o seu.
Por isto votar, e votar bem é importante.
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