domingo, 25 de outubro de 2020

OPINIÃO. Arezzo, Reserva e Pró-Sertão

 

     A Arezzo, tradicional marca de moda feminina (para o eventual público desavisado masculino) anunciou a compra da Reserva, marca que faz sucesso nacionalmente com uma moda jovem. Os preços da Reserva são também, algumas vezes, reservados para um público com maior renda, faz parte da estratégia de posicionamento da marca, cada empresa escolhe o mercado que acha que terá melhor desempenho.

     Não sei a Arezzo teve ou tem alguma produção no RN, mesmo em parceria. Mas, a Reserva – pelo menos no início deste ano – tinha parceria com algumas empresas de facção (ou oficina de costura) no Estado. Salvo engano, não eram muitas empresas mas, certamente um boa visibilidade para o setor e para aquelas empresas que faziam esta parceria comercial.

      Algumas marcas maiores são muito restritivas, inclusive na divulgação de quem costura para elas. Um dos exemplos é a C&A, que não tem fábrica própria e também não faz estardalhaço sobre seus fornecedores. Pode ser uma proteção para evitar que a concorrência siga o mesmo caminho ou simplesmente a ideia de evitar que o consumidor saiba que a roupa que está comprando foi costurada em uma cidade pequena, em uma unidade industrial pequena. Aliás, esta ideia não é brasileira, todo mundo já aprendeu que Nike, Iphone, Lacoste e tantas outras marcas globais são fabricadas em países menos economicamente desenvolvidos, Vietnã, Bangladesh etc.

     Mas, e como ficará aqui, com o nosso RN? E com o que ficou ainda caracterizado como Pró-Sertão?

     Toda mudança como esta significará mudança de estratégia, nova visão empresarial, industrial e comercial.

     Muito cedo para avaliar o impacto local. Mas não tão tarde para preparar uma visita aos executivos da Arezzo e demonstrar a qualidade da produção das facções do RN; o setor poderia começar a traçar suas estratégias diante desta novidade.

Nenhum comentário: