O concurso Miss França, uma prática quase centenária por
lá (93ª edição), foi realizado ontem e a vencedora foi Indira Ampiot, Miss
Guadalupe. Até aí, nada de novo, é bem verdade.
A novidade foram as regras de participação. Até a edição
do ano passado as regras exigiam jovens de até 24 anos, sem tatuagem, mulheres
(não trans), sem tatuagens e com pelo menos 1,7m de altura.
Quase tudo mudou este ano! A única regra que permaneceu
foi a altura mínima. Na prática, apenas duas candidatas “mais velhas” (ambas
com 26 anos), duas com tatuagem (discretas) e nenhuma mulher trans (a regra é
que no registro civil da candidata esteja indicado como gênero “mulher”).
Ainda não divulgaram a audiência na TV mas, no ano
passado foram mais de 7 milhões de telespectadores. Provavelmente, no próximo ano com maior pluralidade
de participantes, a audiência deverá ser maior pelas inovações trazidas que
movimentarão um maior número de candidatas e uma maior representação social.
Não chegarão aos 20 milhões do jogo França-Marrocos da semifinal da Copa do Qatar,
mas farão um dos programas de TV de maior audiência.
Os concursos de Miss são anda resquícios de tradições
sociais que marcaram época, inclusive aqui no Brasil. Com todas as críticas que
se permita fazer, se a intenção não é apenas “vender’ o corpo, mas apresentar a
beleza feminina de diferentes formas (desenvoltura, comunicação, participação
em ações sociais, engajamentos etc), deverá continuar com sua audiência.
Todas estas mudanças mostram que as regras sociais e as
representações da sociedade mudaram já há algum tempo e até mesmo um dos
clássicos, os concursos de Miss, tiveram que se adaptar! No ano passado vimos
até as Olimpíadas e sua mudança radical com esportes que ninguém imaginaria um
dia ser objeto de disputa de medalhas de ouro com tamanha projeção mundial (e
em Paris 2024, haverá mais mudanças).
A representação da sociedade mudou já há alguns anos,
algumas décadas. É preciso compreender e incorporar para recuperar,
naturalmente e rapidamente, a representatividade, não da diversidade e da pluralidade
mas, da realidade. As regras, quando muito rígidas, inclusive na legislação,
serão superadas; espero que seja sempre para melhor.
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