Uma das atividades mais tradicionais no Brasil é o futebol com seus mais
diversos clubes com uma tradicional formação jurídica de associação ou entidade
dita sem fins lucrativos. Nos últimos anos vemos uma mudança de perfil com os
times não somente em função dos custos mas também da possibilidade de lucro e
da necessidade de uma gestão mais profissional.
Os times de futebol tornaram-se empresas com fins lucrativos e/ou
adotaram gestão empresarial, ou seja, nada de filantropia mas uma linha no
final do balanço que deve ter um saldo positivo: viver na dependência do poder
público, das diversas formas de incentivos criadas e do parcelamento quase
eterno de dívidas fiscais e tributárias ainda atrai alguns, aqueles das antigas,
enquanto a turma mais focada no mundo dos negócios chamado futebol já entendeu
o novo caminho.
Apesar do caminho ter sido apontado, a transição não é fácil nem rápida
para todo mundo e, assim como no mercado empresarial, nem todo negócio dá certo
para todos.
Dito isto, estamos nos aproximando do Carnaval e, tal como no futebol,
exceto alguns grupos privilegiados e de maior popularidade e, por isto
conseguem arrecadar recursos não-públicos, as demais agremiações dependem de
incentivos e doações públicas para manter uma estrutura, ainda que mínima; ou
contam com as premiações, lutando pelo 1º lugar no desfile e pelo prêmio maior.
Tudo incerto e todo ano mesma situação.
Não seria momento de profissionalizar o Carnaval com os blocos, clubes,
agremiações etc? Torná-las empresas, juridicamente, falando, para buscar outras
formas de arrecadação. E, claro, profissionalizar todas as etapas ao longo do
ano (aqui, uma ressalva, antes que alguém reclame: não significa que não haja
profissionalismo, de forma alguma! Mas, significa que um profissionalismo
empresarial permitiria planejamento melhor, fluxo de caixa melhor, contratação
melhor etc, ou seja, acrescentar).
É a maior festa nacional, o Carnaval. Gera muitos, muitos negócios em
todo o Brasil, do turismo à gastronomia, das empresas aéreas à produção de
fantasias e adereços. Todo mundo trabalhando para ganhar seu merecido dinheiro
e avaliando a atividade como um negócio.
Carnaval S/A pode ser uma nova tentativa de dinamizar os pequenos blocos
e os pequenos desfiles. Pode ser uma proteção a mais à brilhante capacidade que
vemos hoje em organizar 4, 5 ou mais dias de festa, mas que exige um
planejamento nos demais 360 dias do ano. Carnaval S/A, é uma ideia.
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