sábado, 20 de janeiro de 2024

Uma ideia. Enem simplificado

 

O resultado do Enem saiu esta semana e as notícias principais concentram-se sobre as famosas redações nota 1.000. Esta edição de 2023 foi até um bom resultado, dizem, 60 estudantes conseguiram a nota máxima; afinal, foi o triplo em relação aos melhores resultados do Enem 2022.

 

Fizeram o Enem 2023 cerca de 2,73 milhões de candidatos. Se a gente considerar as 60 notas máximas, isto significa que apenas 0,0022% dos jovens brasileiros (a maioria dos candidatos é jovem, por isto esta associação) são excelentes em redação! É pouco, muito pouco. A média geral foi de 642 na redação em 2023, ou seja, a imensa maioria poderia ter sido reprovada se tivesse em alguma escola/colégio com média 7; ou muitos iriam para a recuperação.

 

Sempre que há um grande universo quantitativo as médias não refletem bem o resultado mas, qualquer que seja o quantitativo, um resultado de excelência de 0,0022% é muito baixo.

 

Aqui no RN fomos bem! Foram 4 notas 1.000, ou seja, das 12.677 vagas nas instituições públicas (UFRN, Uern, Ufersa e IFRN) estes 4 novos estudantes representarão 0,032% dos novos universitários. E se a gente comparar com o 0,0022% nacional, parece um feito extraordinário.

 

É evidente que não se trata de desmerecer estes brilhantes candidatos, nem ao menos desprestigiar os milhares (acho que sim) que tiveram notas também muito boas, acima do 9, por exemplo.

 

Mas, é que parece que a correção está muito tecnicista demais (é necessária a ênfase, ou redundância) ou muita exigente o nível de correção. Certamente as notas 1.000 são sinônimos de perfeição integral mas, talvez seja hora de rever a forma de correção da redação; não se trata de atribuir nota 1.000 para todo mundo mas, de demonstrar aos 2,73 milhões de candidatos que uma redação boa ou muito boa poderia ter sua nota “arredondada” ou que os critérios de correção não fossem, como parecem ser, tão excêntricos. Valorizaria mais o esforço para a redação; é uma ideia.

Nenhum comentário: