Diógenes é hoje um nome menos pronunciado não somente por ser mais difícil de encontrar crianças ou jovens assim chamados como também o personagem mais conhecido, o grego, ser pouco lembrado. Diógenes foi um filósofo grego e talvez um dos com mais histórias engraçadas, algumas bem particulares e outras que até nos permitimos retirar alguma lição.
Acho que a maior associação ao nome de Diógenes era a sua lanterna (claro, não no formato de hoje, com pilhas!), mas a lamparina, como dizem alguns, que utilizava para andar nas ruas em busca do homem verdadeiro, aquele sem erros comuns, virtuoso e sem muitas vaidades. Outra história conhecida dele era com Alexandre o Grande que ao interrogá-lo teria recebido como resposta que ele estava atrapalhando, pois tapando o sol... Em tempos de hoje, se Diógenes andasse circulando pelas ruas de nossas cidades até que seria conhecido como “o cara”. Claro, um cara muito excêntrico, meio maluco com suas ideias, mas com algumas verdades que chocavam, seja por seu conteúdo seja pela forma como se expressava.
Diógenes não era muito levado a sério, diga-se de passagem. E não seria hoje também. Mas, não por várias razões como na época da Grécia Antiga, pois bastava um único motivo para ser objeto de chacota: onde já se viu sair procurando um “homem verdadeiro” (e não tem nada a ver com a lanterna)? Neste mundo cada vez mais diferente todos os dias que se reinventa com coisas novas e também com coisas antigas, como seria possível ter um “homem verdadeiro” entre nós?
Acredito sinceramente que há muitas boas pessoas, verdadeiras e honestas e capazes de fazer muitas coisas boas. Essas pessoas existem, sim. Mas, parece que por medo de ser considerado ultrapassado, antigo ou meio maluco, essas pessoas são mais tímidas, circulam menos ou pelo menos divulgam menos o que fazem. É que a moda do exibicionismo ataca cada vez mais pessoas e as normalidades são cada vez menos normais, o impensável e o imponderável podem surgir a qualquer tempo e ninguém nem mais ficar envergonhado com nada. Não é um “vale tudo” mas é um muito coisa é possível ou se você preferir, “eu não tô nem aí”.
Voltando para Diógenes, mesmo com suas loucuras, sinto falta da lanterna, de uma lanterna. Diógenes usava sua lanterna – uma lamparina – em plena luz do dia, era uma de suas loucuras que hoje também seria esquisito. Mas é que tem tanta coisa meio estranha, meio esquisita, sem falar nas pessoas com menos boa-fé do que o desejado, que acho que uma lanterna poderia nos ajudar – em plena luz do dia – a encontrar pessoas verdadeiras. E daria até para fazer um teste: se alguém aparecer com uma lanterna em pleno dia ensolarado e procurando um pessoa verdadeira e ao deparar-se com alguém que achasse tudo normal, esta não seria a pessoa procurada; mas, se encontrasse alguém que achasse meio esquisito este objetivo, teria uma chance de ser tal pessoa.
E se ela perguntasse qual seria a vantagem da existência
de muitas pessoas verdadeiras nesta nossa atual sociedade, já seria um grande
indício de sucesso. E talvez nem seria por causa da pergunta, mas seria até
pela forma educada de fazer a pergunta e de dialogar com o outro, sem
estranhamento. Às vezes tenho vontade de sair com a lanterna; ainda tenho
esperança!
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário