In vino veritas, já dizia o antigo ditado latim (“no vinho está a verdade”) que não necessariamente enaltecia suas qualidades gustativas, mas expressava a ideia de que depois de alguns copos (taças, fica melhor?) de vinho as pessoas ficavam mais soltas e sentiam-se mais à vontade para emitir suas opiniões ou, em termos atuais, sem filtro nenhum e acabavam falando de tudo um pouco.
Mas, há outras qualidades no vinho, um produto que ganhou ainda mais notoriedade e expansão de consumo no mundo inteiro há cerca de 50 anos, expandindo suas fronteiras de produção para locais até então inimagináveis, com qualidade ao ponto de conquistar outros países, tal como já acontece com os vinhos da Califórnia ou na África do Sul. No Brasil demorou um pouco mais para que se torna-se uma realidade mais próximo do consumidor, mas é fato que nos últimos 20 anos temos melhorado muito a produção nacional, embora a velocidade no aumento dos experts em consumo foi maior, bem maior. Hoje há muitos entendidos no assunto e já temos, por exemplo, em Natal vários restaurantes com a tal da “carta de vinhos”, alguns com grande número de garrafas em adegas. É o mercado.
E tal como mercados que rendem bons lucros e que crescem rapidamente temos várias feiras especializadas no mundo inteiro. Uma bem tradicional é a Wine Paris que começa hoje e que será aberta pelo Presidente da República da França! Curioso é que o consumo de vinho vem caindo ano a ano na França por “abandono” dos jovens, redução no consumo de álcool e também novas opção de bebidas; continuam a fazer bons vinhos – e excelentes champanhas –, mas a concorrência aumentou e o mercado interno não é mais o mesmo.
Não impede que o evento Wine Paris seja grandioso nos seus três dias. No ano passado foram mais de 41 mil visitantes, quase 50 países produtores (haja vinho!) e mais de 4 mil expositores. É um mercado, como se vê, sensacional. É tão interessante que teremos um estande do Brasil, devidamente compartilhado com 3 empresas nacionais. Duas empresas são bem conhecidas, mesmo para que não tem o hábito de consumo: a Casa Valduga e a Miolo. Já a terceira acho que é pouco conhecida aqui no Brasil, trata-se do espumante Bom Dia Brazilian Bubbles.
Sou pouco consumidor de vinhos (e bebidas alcóolicas) mas gosto de acompanhar algumas informações também neste mercado e por isto fui consultar um pouco mais sobre este Bom Dia. A página na internet é bem curiosa, com várias informações em inglês, na mistura entre o português “bom dia” e a tal das “bubbles” em inglês. A página do Instagram é também curiosa, tem alguns textos e várias fotos do Rio de Janeiro! Fiquei me perguntando onde era a produção, não conhecia o Rio de Janeiro como produtor de vinho. Consultei a empresa e me responderam que as uvas têm origem em uma região quase na fronteira com o Uruguai, mas a produção é em Bento Gonçalves; e para que é entendido do assunto, este espumante (sim, é um espumante!) é um blend de 60% uvas chardonnay e 40% pinot noir.
Acho que o Bom Dia Brazilian Bubbles não tem aqui em
Natal. Há uma probabilidade, no entanto, com esta participação em um grande evento
de vinhos em Paris, em breve tenhamos aqui no mercado local; ou então alguém já
nos atualizando sobre a (boa) combinação das uvas, o efeito das bolhas nos
botões gustativos e, enfim, o retrogosto do espumante. Acho que em breve teremos
as dicas locais e refinadas de consumo, afinal “in vito veritas”.
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