Ainda faltam quase 600 dias para a eleição de 2026, que deverá ter seu primeiro turno no domingo 6 de outubro. Em 600 dias dá para fazer muita coisa, é possível planejar muitos projetos e é possível mudar muita coisa nestes quase 19 meses. Parece longe, bem longe, quando pensamos isto em termos de projetos pessoais mas, por outro lado, para a turma da política fica a sensação de que demorará para chegar, rapidamente, o fim desses 600 dias, o fatídico 6 de outubro de 2026.
Na política é assim, felizmente ou infelizmente, dependendo do ponto de vista crítico que se queira dotar pois, mal saíamos de uma eleição e já tem muita gente planejando a próxima, muitas conversas acontecendo e muitas alianças sendo idealizadas. Particularmente não vejo como uma crítica a pretensão, que parece tão cedo, de planejar a eleição que parece tão distante. Explico.
Primeiramente em face da comparação com o mundo empresarial que é capaz de planejar ainda com mais antecedência os próximos passos, o planejamento de médio ou longo prazo. Chama-se até mundo gerencial e de consultoria a tal da “visão de futuro”, quando os gestores da empresa planejam (e sonham) onde querem estar e como querem ser vistos por seu público nos próximos 5 anos; assim, na política planejar com menos de 2 anos de antecedência parece algo de curto prazo.
Em seguida pelo fato de que a classe política está buscando algo que a maioria das pessoas está planejando, embora alguns de forma mas dedicada enquanto outros apenas de forma pontual e passageira: qual será meu futuro, meu emprego, nos próximos anos? Ora, quem começa a estudar e fazer uma graduação está pensando em algo que acontecerá somente daqui a 4, 5 ou até mesmo 10 anos! Basta considerar o ano preparatório do Enem, uma graduação de 4, 5 ou 8 anos, e mais uma especialização e ainda sem contar com alguma greve, é um plano longo, de longo prazo.
As empresas planejam para frente, as pessoas buscam adotar ações para os próximos anos e assim vamos tentando criar o nosso futuro, mesmo se nem tudo que é idealizado dá certo, são muitas tentativas e muitas apostas nos erros-e-acertos do que fazemos; afinal, nem mesmo controlamos nossas ações quanto mais as dos outros e ainda precisamos nos lembrar da “concorrência”, de alguém que pode querer atrapalhar tudo.
Na política, o tempo parece ser mais acelerado: faz pouco mais de 100 dias que terminou o segundo turno das eleições em Natal e já tem muita gente trabalhando pensando nos próximos 600 dias.
Acho positivo este “planejamento” e fico sempre com a esperança que as alianças planejadas não sejam apenas fortalecer este ou aquele grupo com única finalidade de conquistar o poder. Entendo minha ingenuidade, mas ainda tenho esperança que alguns dos aliados queiram mudar algo, melhorar nossa realidade. Em 600 dias dá tempo de criar muitas ideias. E boas.
PS: Aprendi com um veterano da política que o mandato de
4 anos passa bem rapidinho para quem está no poder mas, para quem está na
oposição, fora do poder, os mesmos 4 anos são uma eternidade!
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