domingo, 19 de junho de 2022

Opinião. Um novo mundo econômico do RN pós-Covid

 

Procura-se.

Aliás, procura-se em vários outros pontos do Planeta esta mudança que teria gerado um novo modelo de produção econômica neste período de pandemia. Do ponto de vista global a constatação foi que a concentração produtiva na China era “bom e barato” enquanto tudo estava funcionando bem mas, com a pandemia e as interdições de circulação, as fábricas por lá diminuíram o ritmo de produção e começou a faltar componentes para vários produtos no mundo inteiro. O caso mais emblemático, ou pelo menos mais divulgado, foi para peças eletrônicas em carros novos fazendo com que montadoras reduzissem suas entregas e, a pior parte, aumentassem seus preços.

Alguns economistas teóricos e outros entusiastas de soluções imediatas propagaram que o mundo precisava repensar sua forma de produção, não deixar mais que ficasse concentrado em alguns poucos países pois, qualquer distúrbio a milhares de quilômetros de distância afetaria a produção e a todos. Na teoria, correta a interpretação mas, difícil mesmo é colocar a ideia em prática não somente pela impossibilidade do imediatismo da desconcentração econômica – transferir fábricas inteiras, por exemplo – como também pelo custo adicional que isto representaria: afinal, se muita produção está na China não foi por opção política, foi pela famosa explicação “é a economia, estúpido”. Compra-se muito de lá simplesmente pelo fato de ser mais barato do que produzir ou comprar por perto.

 

Toda regra tem exceção

É claro que há exceções e algumas desconcentrações são possíveis. Ou melhor, é possível encurtar a cadeia de suprimentos e buscar algo mais perto a um custo apenas um pouco maior, mas com mais segurança no fornecimento. O modelo existe mas os exemplos globais ainda não apareceram, apesar de um 2022 muito mais controlado em termos de Covid-19 e as economias nacionais voltando aos ritmos anteriores. Pode ser que nos próximos 2, 3 ou 5 anos tenhamos alguns destes “casos de sucesso” que sirvam de inspirações para as grandes empresas. Por enquanto, não há ainda.

 

Nova economia no RN?

Me parece que não, parece que a economia produtiva estadual continua muito parecida com o da pré-pandemia. É claro que houve novas empresas, outras também fecharam, novos fornecedores se ofereceram e o trabalho em casa teve seu grande resultado mas, no geral, estamos tentando voltar ao passado, repetir – como em todo o Brasil – o perfil e a escala de produção.

Um dos aspectos, eventualmente, que poderia ter tido mais mudanças estaria no agronegócio. A “produção de vizinhança” ou produção local deveria ter dominado a cadeia de fornecedores, deveríamos ter sido mais amplamente abastecidos por fornecedores estaduais, sobretudo para os produtos de fácil e rápido plantio-colheita.

Não é uma questão de culpa nem de erro mas talvez a indústria de alimentos potiguar e o pessoal dos comércios atacadista e varejista poderiam ter buscado mais e mais alternativas. Em tempos de crise, aquele velho ditado pode funcionar, o de que “a união faz a força”. Chamam isto também de parceria.

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