Procura-se.
Aliás,
procura-se em vários outros pontos do Planeta esta mudança que teria gerado um
novo modelo de produção econômica neste período de pandemia. Do ponto de vista global
a constatação foi que a concentração produtiva na China era “bom e barato”
enquanto tudo estava funcionando bem mas, com a pandemia e as interdições de circulação,
as fábricas por lá diminuíram o ritmo de produção e começou a faltar componentes
para vários produtos no mundo inteiro. O caso mais emblemático, ou pelo menos
mais divulgado, foi para peças eletrônicas em carros novos fazendo com que montadoras
reduzissem suas entregas e, a pior parte, aumentassem seus preços.
Alguns
economistas teóricos e outros entusiastas de soluções imediatas propagaram que
o mundo precisava repensar sua forma de produção, não deixar mais que ficasse
concentrado em alguns poucos países pois, qualquer distúrbio a milhares de
quilômetros de distância afetaria a produção e a todos. Na teoria, correta a
interpretação mas, difícil mesmo é colocar a ideia em prática não somente pela impossibilidade
do imediatismo da desconcentração econômica – transferir fábricas inteiras, por
exemplo – como também pelo custo adicional que isto representaria: afinal, se
muita produção está na China não foi por opção política, foi pela famosa
explicação “é a economia, estúpido”. Compra-se muito de lá simplesmente pelo
fato de ser mais barato do que produzir ou comprar por perto.
Toda
regra tem exceção
É
claro que há exceções e algumas desconcentrações são possíveis. Ou melhor, é
possível encurtar a cadeia de suprimentos e buscar algo mais perto a um custo
apenas um pouco maior, mas com mais segurança no fornecimento. O modelo existe
mas os exemplos globais ainda não apareceram, apesar de um 2022 muito mais
controlado em termos de Covid-19 e as economias nacionais voltando aos ritmos
anteriores. Pode ser que nos próximos 2, 3 ou 5 anos tenhamos alguns destes “casos
de sucesso” que sirvam de inspirações para as grandes empresas. Por enquanto,
não há ainda.
Nova
economia no RN?
Me
parece que não, parece que a economia produtiva estadual continua muito parecida
com o da pré-pandemia. É claro que houve novas empresas, outras também fecharam,
novos fornecedores se ofereceram e o trabalho em casa teve seu grande resultado
mas, no geral, estamos tentando voltar ao passado, repetir – como em todo o Brasil
– o perfil e a escala de produção.
Um
dos aspectos, eventualmente, que poderia ter tido mais mudanças estaria no
agronegócio. A “produção de vizinhança” ou produção local deveria ter dominado
a cadeia de fornecedores, deveríamos ter sido mais amplamente abastecidos por
fornecedores estaduais, sobretudo para os produtos de fácil e rápido plantio-colheita.
Não
é uma questão de culpa nem de erro mas talvez a indústria de alimentos potiguar
e o pessoal dos comércios atacadista e varejista poderiam ter buscado mais e
mais alternativas. Em tempos de crise, aquele velho ditado pode funcionar, o de
que “a união faz a força”. Chamam isto também de parceria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário