A ponte de Igapó é emblemática para a cidade de Natal em pelo menos 3 questões. A primeira delas é a única que segue seu curso normal, ou seja, a única que se identifica realmente com o que deveria ser uma ponte, unir dois lados, passando por cima (geralmente) de um rio, criando um elo entre dois lados da cidade de Natal, o lado de lá com o lado de cá; e este é o benefício desde sua criação.
Ultimamente a ponte tem se transformado em lugar de conflito. É que com toda a demora de todas as obras e agora com a tentativa de consertar ou recuperar uma das vias, o que vemos diariamente de lá para cá ou de cá para lá é a disputa intensa entre veículos para saber quem passa na frente, saber quem fura a fila para posar de esperto. O caos é agravado no início da manhã e no final da tarde mas, considerando a dimensão da obra dá para dizer que não há horário tranquilo (de madrugada talvez sim!), toda travessia requer habilidade e paciência para enfrentar a disputa de quem será que passará na frente para chegar na ponte e ficar, relativamente livre, de toda a confusão. Sufoco todo ida.
Com isto, e de pois de vários meses de obra e de vários anos sem obra, a ponte tem gerado muita deseconomia, para utilizar o “des” que virou moda desde que se propagou a história do despiora. O primeiro sinal de impacto negativo relevante é do tempo que se perde para andar poucos metros, do combustível que se gasta e da paciência que se desperdiça, sem outra alternativa de solução.
O impacto negativo econômico afeta também o setor de serviços de entregas ou serviços de pessoas (táxi, Uber etc) pois o tempo perdido ali impede o aumento do faturamento e aumenta o custo de transporte que, claro, é repassado diretamente ao consumidor.
Há ainda outra dano social bastante grave que gera impacto na economia produtiva da cidade: como um trabalhador que gasta 1 ou 2 horas por dia para fazer apenas um percurso pode ser tão diferenciado a ponto de dizer que não chega cansado, não chega chateado etc e querer achar que o tempo perdido no ônibus não afeta sua atividade e sua produtividade? O desgaste diário afeta o emocional do dia a dia e, silenciosamente, vai afetando a saúde das pessoas. Este é um “custo” que não consegue ser mensurado mas tem um impacto muito efetivo para as empresas que contratam estas pessoas e com um dano ainda maior, na vida de cada uma destas pessoas; e este é um dano pessoal e social, sem mensuração e sem recuperação pois, afinal, como “tirar” 2 ou 4 h por dia de uma pessoa que fica presa no ônibus indo e voltando do trabalho e “compensar” de alguma forma? Duas horas por dia, por exemplo, são duas horas a menos com a família, descansando, no lazer, estudando etc.
Prometem para 2025 a conclusão da obra e o retorno à uma
que seria a normalidade, ou seja, um caos com menor proporção. Sairemos do pior
para o menos bom e ainda será motivo de comemoração. Será que não dá para fazer
um túnel?!
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