A Bioeconomia pode envolver diferentes segmentos produtivos e diferentes variações ou subdivisões temáticas e, naturalmente, estar associadas com outros conceitos tão caros à Economia e à Ecologia tais como economia circular ou economia sustentável, ou às condições sociais tais como os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável), sustentabilidade ou ainda biodiversidade, em seus aspectos que considerem o Ser Humano como presente nestas relações com o mundo.
Aqui no RN temos alguns setores que poderiam estar bem enquadrados na ideia da sustentabilidade ou da Bioeconomia, e o exemplo maior está na produção de energias renováveis a partir do efeito do vento ou do sol, nossos parques eólicos e fotovoltaicos permeiam parte da paisagem em algumas localidades, a exemplo do Litoral Norte, do Mato Grande e, mais recentemente, com a expansão no Seridó. Estes investimentos, apesar de grandiosos quando a referência é monetária (estamos sempre a falar de dezenas, centenas de milhões de dólares), são mais tímidos em expressar números também impactantes nos efeitos sociais e, principalmente, locais; vale ressaltar que há um forte impacto local, é efetivo e sensível, mas é desproporcional ao investimento, por exemplo, em equipamentos.
Direcionando para outro grupo de atividades parece que a Bioeconomia está um pouco mais distante na teoria e na prática. Pode ser mera impressão, mas temos um número menor de atividades industriais que podem estar associadas a produção e conservação dos recursos biológicos.
E é nesta percepção que uma pesquisa poderia ser realizada para conhecermos nossa realidade, ampliar o potencial econômico-produtivo, sempre preservando o princípio da Bioeconomia. Temos, por exemplo, várias pequenas indústrias de confecção mas, quantas utilizam-se de algodão ecológico? Temos várias indústrias de alimentos mas, quantas utilizam-se de insumos sem agrotóxico ou originários de antigas áreas degradadas? Temos várias empresas de pesca mas, quantas compram seus produtos de fazendas certificadas. Não é, evidentemente, nenhuma crítica a nenhum setor produtivo, mas uma avaliação da realidade atual que poderá inclusive servir de exemplo para outras indústrias e empresas que possam vir a se instalar no RN.
Não precisaríamos, talvez, imediatamente de um comitê estadual para replicar o modelo Federal mas podemos ter pesquisas que conheçam e reconheçam nossa realidade para que políticas públicas possam ser reforçadas ou criadas para beneficiar os investidores aliados ao conceito da (verdadeira) Bioeconomia. Esta é uma pesquisa que o RN poderá começar.
E como todo projeto deve ter um ponto de partida e uma
segmentação, até mesmo para servir de modelo, poderia ser com o perfil
industrial potiguar. É uma sugestão, uma ideia de pesquisa.
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