domingo, 23 de agosto de 2020

OPINIÃO. A bancarização ainda não é “4.0”: o que está faltando?

 

     As longas filas na Caixa mostraram que ainda somos uma sociedade dependente da chamada bancarização, ou seja, precisamos todos, em algum momento, passar pelo sistema bancário, ter uma conta bancária que pode ser a “tradicional” (ou comum) ou até mesmo a 100% virtual em que não há agências. De qualquer forma, ainda haverá uma instituição financeira intermediando as transações sejam com cartão de crédito, código QR ou o bom-e-velho dinheiro.

    Na semana de mais uma parcela do pagamento do auxílio-emergência, o NuBank divulgou seu balanço do trimestre apontando mais um prejuízo, uma situação que persegue o banco desde seu início mas que os fundadores, incentivadores, gestores e apostadores acreditam que tenderá a diminuir e que, em algum momento, como qualquer empresa, terá lucro. É o que se espera!

    Mas, voltando à bancarização tradicional. É um reflexo da sociedade em que milhões de pessoas passam distante do sistema financeiro simplesmente pelo fato de que os bancos são algo... dispensáveis. Na verdade, para milhões de brasileiros, uma conta bancária é um luxo tanto quanto ir ao cinema, ir a um restaurante, comprar um carro, fazer uma viagem etc.

   Terminada a epidemia, quase todos os brasileiros estarão bancarizados, se é que existe este termo. Estatisticamente, talvez o Brasil será o mais com maior número de contas bancárias no mundo. No mundo real, no entanto, ainda estamos longe de uma bancarização voluntária, ou seja, para atender à demanda de quem quer e de quem pode.

    Hoje, a bancarização é resultado de que precisa de um banco; por apenas 3, 4, 5 ou 6 meses.

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