domingo, 22 de setembro de 2024

Clima: culpa das cidades?

 

Hoje começa a primavera e o tema do calor nas cidades e no mundo se aproximará ainda mais nos debates o Hemisfério Sul, onde sofreremos com o aquecimento global e um verão que promete mais prejuízos regionais/globais que serão sentidos nas cidades. Ainda estamos um pouco distante (3 meses parecem muito tempo!?) do nosso verão e, infelizmente, há pouco a fazer até lá para que haja um resultado climático mais complacente com o planeta Terra e com a vida humana.

 

O mundo está neste alerta do aquecimento global já há algumas décadas e os debates promovidos pelo ONU e por dezenas de milhares de ONG espalhadas nos continentes tentam conscientizar a população a fazer algo para evitar catástrofes maiores, que anunciam. Algumas iniciativas são apenas, diria, “fogo de palha”, promovem apenas uma ideia pontual ou um aspecto específico embora tenham contribuído para que a população tome consciência de sua responsabilidade. Outras iniciativas são bem mais efetivas no sentido em que miram os gestores públicos, as autoridades que detém o poder decisório para modificar alguma realidade seja criando medidas preventivas, mudando o aspecto dos gastos públicos seja ainda punindo os infratores e aqueles que agridem o meio ambiente sem perceber o efeito climático. É claro que ainda há os céticos que acreditam quem o mundo se regenerará sozinho, que nada precisa ser feito e aqueles que acham que nada disto existe; eles existem, mas acho que até os céticos estão percebendo que é preciso ser feito algo.

 

Cabe ao cidadão comum duas ações proeminentes: a primeira delas é adotar práticas individuais que contribuam para diminuir o efeito negativo, desde a coleta seletiva à simples observação de escolher produtos menos poluentes ou que tenham maior consumo de energia, e a segunda delas é a escolha do gestor, a opção por alguém que promova ou anuncie políticas públicas efetivas.

 

Não vi o programa eleitoral dos candidatos às prefeituras do RN e por isto o comentário é absolutamente genérico e geral, não visa promover nem criticar este ou aquele candidato, este ou aquele partido ou perfil político. Mas é que poderíamos avaliar, incluir no fator decisivo do voto, as propostas para melhoria da cidade além das questões básicas de saúde, educação, transporte, habitação etc para também avaliar a questão da responsabilidade ambiental nos programas de governo. Exemplificando, apoiar propostas de arborização dos centros urbanos, da criação de praças/parques urbanos, da modificação do perfil de consumo de energia nos prédios públicos, do planejamento dos prédios públicos com uso (mínimo, diria!) de conceitos arquitetônicos que facilitem e diminuam os gastos em energia ou ainda do planejamento urbano na criação de rotas de ônibus (diminuir, por exemplo, o tempo de circulação de cada linha) ou da construção e expansão dos bairros etc. Há muitas propostas que poderiam ser implementadas, das mais simples e objetivas àquelas mais custosas, sem esquecer aquelas que demandam engajamento dos servidores públicos e da população.

 

Não é tarefa fácil, mas pode começar por algumas iniciativas. E também não se trata de todo mundo ser radicalmente ecológico ou totalmente verde, ainda que seja um verde mitigado, um verde meio desbotado. É possível que cada candidato mantenha seu perfil ideológico sem esquecer que é nas cidades que vamos sofrer cada vez mais com os efeitos climáticos. Em um mandato de 4 anos não se consegue fazer tudo, mas é possível fazer muita coisa; o que não pode, eu acho, é deixar para pensar neste planejamento somente depois de iniciado o mandato pois, se demorar muito para fazer algo a única mudança talvez seja preparar o programa de governo para o próximo mandato...

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