Hoje começa a primavera e o tema do calor nas cidades e no mundo se
aproximará ainda mais nos debates o Hemisfério Sul, onde sofreremos com o aquecimento
global e um verão que promete mais prejuízos regionais/globais que serão
sentidos nas cidades. Ainda estamos um pouco distante (3 meses parecem muito
tempo!?) do nosso verão e, infelizmente, há pouco a fazer até lá para que haja
um resultado climático mais complacente com o planeta Terra e com a vida
humana.
O mundo está neste alerta do aquecimento global já há algumas décadas e
os debates promovidos pelo ONU e por dezenas de milhares de ONG espalhadas nos
continentes tentam conscientizar a população a fazer algo para evitar
catástrofes maiores, que anunciam. Algumas iniciativas são apenas, diria, “fogo
de palha”, promovem apenas uma ideia pontual ou um aspecto específico embora
tenham contribuído para que a população tome consciência de sua
responsabilidade. Outras iniciativas são bem mais efetivas no sentido em que
miram os gestores públicos, as autoridades que detém o poder decisório para
modificar alguma realidade seja criando medidas preventivas, mudando o aspecto
dos gastos públicos seja ainda punindo os infratores e aqueles que agridem o
meio ambiente sem perceber o efeito climático. É claro que ainda há os céticos
que acreditam quem o mundo se regenerará sozinho, que nada precisa ser feito e
aqueles que acham que nada disto existe; eles existem, mas acho que até os
céticos estão percebendo que é preciso ser feito algo.
Cabe ao cidadão comum duas ações proeminentes: a primeira delas é adotar
práticas individuais que contribuam para diminuir o efeito negativo, desde a
coleta seletiva à simples observação de escolher produtos menos poluentes ou
que tenham maior consumo de energia, e a segunda delas é a escolha do gestor, a
opção por alguém que promova ou anuncie políticas públicas efetivas.
Não vi o programa eleitoral dos candidatos às prefeituras do RN e por
isto o comentário é absolutamente genérico e geral, não visa promover nem criticar
este ou aquele candidato, este ou aquele partido ou perfil político. Mas é que
poderíamos avaliar, incluir no fator decisivo do voto, as propostas para
melhoria da cidade além das questões básicas de saúde, educação, transporte,
habitação etc para também avaliar a questão da responsabilidade ambiental nos
programas de governo. Exemplificando, apoiar propostas de arborização dos
centros urbanos, da criação de praças/parques urbanos, da modificação do perfil
de consumo de energia nos prédios públicos, do planejamento dos prédios
públicos com uso (mínimo, diria!) de conceitos arquitetônicos que facilitem e diminuam
os gastos em energia ou ainda do planejamento urbano na criação de rotas de ônibus
(diminuir, por exemplo, o tempo de circulação de cada linha) ou da construção e
expansão dos bairros etc. Há muitas propostas que poderiam ser implementadas,
das mais simples e objetivas àquelas mais custosas, sem esquecer aquelas que
demandam engajamento dos servidores públicos e da população.
Não é tarefa fácil, mas pode começar por algumas iniciativas. E também
não se trata de todo mundo ser radicalmente ecológico ou totalmente verde,
ainda que seja um verde mitigado, um verde meio desbotado. É possível que cada
candidato mantenha seu perfil ideológico sem esquecer que é nas cidades que
vamos sofrer cada vez mais com os efeitos climáticos. Em um mandato de 4 anos
não se consegue fazer tudo, mas é possível fazer muita coisa; o que não pode, eu
acho, é deixar para pensar neste planejamento somente depois de iniciado o
mandato pois, se demorar muito para fazer algo a única mudança talvez seja
preparar o programa de governo para o próximo mandato...
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