terça-feira, 10 de setembro de 2024

Pesquisa eleitoral da OAB-RN

 

Este ano termos muitas eleições, aqui no RN. As conhecidíssimas eleições para prefeitos e vereadores mas também outras que poderão ou deverão movimentar muito o cenário local. Uma delas, apesar de tentar acompanhar, terá pouco impacto – acho – e pouca repercussão, visto que a eleição para o Conselho Regional de Administração não é um dos principais atrativos eleitorais, apesar da importância que deveria merecer, além do reconhecimento.

 

Já a eleição para a OAB, como em todas as mais recentes edições, movimenta muita gente e muitos interesses. Claro, não estou me referindo a interesses escusos, aqueles que não deveriam orbitar a ideia de ter o poder, mas o interesse na classe e na representação de uma categoria que consegue bons espaços na sociedade e na administração, com o poder público (incluindo o Legislativo e o Executivo).

 

São 4 candidatos este ano à frente das chapas. Já começou a campanha, tenho a sensação, embora não tenha recebido ainda nenhum material publicitário. Mas, sexta-feira passada me ligaram perguntando sobre o processo eleitoral. Confesso que não sei quem ligou, se foi algum instituto de pesquisa ou algum escritório de apoio a este ou aquele candidato. Não vejo problema em responder este tipo de questionário, diferentemente do processo eleitoral do Executivo e Judiciário para o qual defendo a máxima “o voto é secreto”.

 

Achei interessante a forma de pergunta. Informaram 4 pessoas candidatas e perguntaram em que eu votaria. Nenhum, respondi. Na esperança de ter uma segunda pergunta para tentar entender o interesse da pesquisa eleitoral. E veio a pergunta com um forma que não imaginava; a pergunta era mais ou menos assim: “considerando que o candidato x é apoiado por y, que o candidato w é apoiado por z etc” em que você votaria?

 

Em outras palavras, a pesquisa era para saber qual é o peso do cabo eleitoral! É claro que muita gente vota em função do “cabo eleitoral”, seja da direita ou da esquerda, seja aqui no RN, no Brasil ou no mundo. Mas, não imaginava que uma eleição para escolha para representação de categoria também pudesse ter este peso tão fortemente avaliado. Em um primeiro momento até se media o voto “espontâneo” e depois o voto “vinculado”, numa repetição mal elaborado das pesquisas eleitorais em que primeiro se pergunta em quem o eleitor votaria e depois apresentaria os nomes.

 

Para a eleição da OAB-RN a pesquisa já indicava os nomes, não havia possibilidade de resposta espontânea. E na pesquisa que seria estimulada, o estímulo era a madrinha ou o padrinho. Tempos modernos. O peso do “apadrinhamento” ou simplesmente do apoio formal é tão considerado quanto a validação do nome dos candidatos. Tempos modernos.

 

Em quem eu votarei? Bom, na pesquisa mencionei um nome, com base no apoio. Mas, pode até ser que eu mude meu voto, não sei ainda. A pesquisa é bem cedo, acho, e preciso conhecer quais são as propostas do candidato. O apadrinhamento é fundamental pois fala um pouco sobre o perfil do candidato, mas a considerar que o poder de representação será da pessoa eleita, e não da madrinha ou do padrinho, preciso conhecer um pouco mais das propostas. O voto é meu, é secreto e é um direito inalienável.

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