Este ano termos muitas eleições, aqui no RN. As conhecidíssimas eleições
para prefeitos e vereadores mas também outras que poderão ou deverão movimentar
muito o cenário local. Uma delas, apesar de tentar acompanhar, terá pouco
impacto – acho – e pouca repercussão, visto que a eleição para o Conselho
Regional de Administração não é um dos principais atrativos eleitorais, apesar
da importância que deveria merecer, além do reconhecimento.
Já a eleição para a OAB, como em todas as mais recentes edições,
movimenta muita gente e muitos interesses. Claro, não estou me referindo a interesses
escusos, aqueles que não deveriam orbitar a ideia de ter o poder, mas o
interesse na classe e na representação de uma categoria que consegue bons
espaços na sociedade e na administração, com o poder público (incluindo o
Legislativo e o Executivo).
São 4 candidatos este ano à frente das chapas. Já começou a campanha,
tenho a sensação, embora não tenha recebido ainda nenhum material publicitário.
Mas, sexta-feira passada me ligaram perguntando sobre o processo eleitoral. Confesso
que não sei quem ligou, se foi algum instituto de pesquisa ou algum escritório
de apoio a este ou aquele candidato. Não vejo problema em responder este tipo
de questionário, diferentemente do processo eleitoral do Executivo e Judiciário
para o qual defendo a máxima “o voto é secreto”.
Achei interessante a forma de pergunta. Informaram 4 pessoas candidatas
e perguntaram em que eu votaria. Nenhum, respondi. Na esperança de ter uma
segunda pergunta para tentar entender o interesse da pesquisa eleitoral. E veio
a pergunta com um forma que não imaginava; a pergunta era mais ou menos assim: “considerando
que o candidato x é apoiado por y, que o candidato w é apoiado por z etc” em
que você votaria?
Em outras palavras, a pesquisa era para saber qual é o peso do cabo
eleitoral! É claro que muita gente vota em função do “cabo eleitoral”, seja da direita
ou da esquerda, seja aqui no RN, no Brasil ou no mundo. Mas, não imaginava que
uma eleição para escolha para representação de categoria também pudesse ter
este peso tão fortemente avaliado. Em um primeiro momento até se media o voto “espontâneo”
e depois o voto “vinculado”, numa repetição mal elaborado das pesquisas eleitorais
em que primeiro se pergunta em quem o eleitor votaria e depois apresentaria os
nomes.
Para a eleição da OAB-RN a pesquisa já indicava os nomes, não havia
possibilidade de resposta espontânea. E na pesquisa que seria estimulada, o
estímulo era a madrinha ou o padrinho. Tempos modernos. O peso do “apadrinhamento”
ou simplesmente do apoio formal é tão considerado quanto a validação do nome
dos candidatos. Tempos modernos.
Em quem eu votarei? Bom, na pesquisa mencionei um nome, com base no
apoio. Mas, pode até ser que eu mude meu voto, não sei ainda. A pesquisa é bem
cedo, acho, e preciso conhecer quais são as propostas do candidato. O
apadrinhamento é fundamental pois fala um pouco sobre o perfil do candidato,
mas a considerar que o poder de representação será da pessoa eleita, e não da
madrinha ou do padrinho, preciso conhecer um pouco mais das propostas. O voto é
meu, é secreto e é um direito inalienável.
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