quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Entrevista de emprego

 

A eleição de 6 de outubro bem que poderia ser algo como uma entrevista de emprego.  Na verdade, até, muita coisa é bem parecida, mas há alguns detalhes que poderiam ser incorporados ao processo de campanha eleitoral. Como bom candidato ao emprego a pessoa efetivamente interessada toma o cuidado de conhecer sobre a função para a qual está se candidatando e também procura conhecer algo mais sobre a empresa. Este é o critério, básico, inicial. Em regra, se a gente considerar a campanha para prefeito, muitos conseguem um bom resultado preliminar: a maioria sabe o que o prefeito faz e deve fazer e a maioria sabe o que a prefeitura pode fazer; mas, infelizmente, tem alguns aventureiros que acham que ser prefeito é resolver todos os problemas do mundo, inclusive aqueles que não existem e, mais grave, acham que a prefeitura pode (e deve) fazer tudo. Claro que não é assim, há limites.  Se fosse uma real entrevista de emprego a campanha eleitoral, muita gente já seria eliminada nesta primeira etapa; e seria uma boa eliminação, para o bem de todos.

 

Em uma entrevista de emprego não é comum encontrarmos um candidato querendo valorizar-se em cima do outro, em outras palavras, começa a se comparar aos demais chamando-os de ruim (ou de péssimo) e apontando os defeitos para manchar a imagem do concorrente, deixando de mostrar aquilo que pretende ser capaz de fazer. Se fosse uma entrevista de emprego, um candidato que passasse mais tempo falando mal dos outros já seria logo eliminado, pois a entrevista é para saber o que você pretende fazer e não para saber o que outros fizeram errado; seria, novamente, uma boa eliminação, para o bem de todos.

 

Em uma entrevista de emprego responder perguntas faz parte do processo. Quem se candidata não pode ficar preocupado com as perguntas que possa receber; no processo eleitoral as perguntas podem ser de eleitores, dos concorrentes e da imprensa, algo natural em um processo democrático. Em uma entrevista de emprego as perguntas podem ser as mais diversas e serão sempre mais específicas e detalhistas quanto maior o nível do emprego pretendido afinal, ninguém imagina que o diretor de uma grande empresa passaria por uma entrevista de emprego falando apenas generalidades e sorrindo para todos. O cargo de prefeito é o mais elevado nesta estrutura de entrevista de emprego do processo eleitoral e as perguntas devem, e devem ser mesmo, as mais “difíceis”, mas não no sentido de ser uma pegadinha ou ter uma reposta impossível, mas no sentido de saber o que o candidato pretende fazer para os problemas comuns assim como para os problemas mais complexos. Quem não souber as respostas e não souber nada sobre aquele tema que fará parte da atividade deveria ser eliminado; seria, novamente, uma boa eliminação, para o bem de todos.

 

A eleição do último domingo deste fatídico mês de outubro, para o cargo de prefeito, parece uma entrevista de emprego e acho que deveria se aproximar cada vez mais.

 

Um critério que ainda falta ser incorporado a este processo é a possibilidade de demissão. Temos o impeachment, mas é uma demissão de ordem política. Mas bem que poderíamos ter um processo de demissão por descumprimento de metas ou de promessas: passou pela entrevista, teve sucesso, venceu a concorrência mas passou longe das promessas ou das metas, poderia ser dispensado; ou aposentado. Daria certo?

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