Se você já ouviu ou até mesmo se você já viu algumas marcas como Laundrexpress, Laundromat, Maria Express ou Smart então você sabe que estamos falando de lavanderias. E se você já utilizou um destes serviços então você tem certeza que entendeu o novo negócio que está surgindo pelo Brasil e que chegou com força aqui no RN: as self lavanderias ou lavanderias automáticas, aqueles espaços pequenos (às vezes em um contêiner reaproveitado) com várias máquinas de lavar e de secar roupas, geralmente bem iluminados, sem nenhum funcionário em que você resolve tudo sozinho; por isto o conceito de self. Você leva suas roupas, coloca na máquina, fica lá sentadinho e espera o ciclo de lavagem acabar.
Há vários destes empreendimentos espalhados por Natal, por exemplo, e os
nomes que mencionei são apenas exemplos de como são batizados estes negócios, todos
seguindo a mesma filosofia de trabalho e de divulgação para os clientes e com
faixa de preços muito próxima entre os concorrentes.
Se você conhecia/entendia de negócios nos idos dos anos 2010/14 talvez
você esteja se lembrando de um mesmo fenômeno empresarial-comercial que tomou
conta do Brasil, e não foi diferente aqui no RN. Eram as famosas paletas
mexicanas, aqueles picolés mais encorpados, com embalagens mais coloridas e com
preços bem acima do mercado de um simples e comum picolé. Uma febre que tomou
conta de shoppings e que virou moda pagar mais caro pelo picolé. Funcionou e
funcionou bem! Mas, para poucos e não por muito tempo. Encontrei em João
Scheller, colunista do Estadão, um comentário de Gilberto Verona, co-fundador e
CEo da empresa-faro Los Paleteros: “Ocorreu uma prostituição do mercado. A
gente abriu uma unidade conceito em Moema (zona sul de São Paulo) e depois de
cerca de três meses abriram outras nove paleterias em volta!
E foi por isto que em 2014 a maioria das unidades fechou e hoje resistem
poucos no mercado. Desta vez, não mais de força maciça mas quase como um nicho
de mercado. A saturação na oferta, entre outras razões, gerou esta consequência.
Não tenho condições de prever se estas lavanderias continuarão mas,
acredito que no modelo atual com uma crescente oferta precisaremos mudar a
consciência coletiva na hora de lavar roupas, de fazer com que a pessoa junte
roupas sujas, leve até o carro, vá em algum local, coloque as roupas e fique
esperando por um tempinho entre a lavagem e a eventual secagem; e, claro, com
um celular (antigamente eu diria uma revista, um jornal ou um livro) na mão
para esperar o tempo passar, pois não há nenhuma emoção em ver a roupa girando
na máquina...
Acho que a ideia resistirá e persistirá. É comum em outras cidades onde
a prestação de serviços residenciais torna-se aliada da qualidade de vida e até
mesmo da escolha do novo endereço: mudar para onde tem mais facilidades por
perto. Mas, acredito que neste modelo de concorrência exclusivamente pelo preço
a tendência é que haja um inchaço na oferta até a acomodação real entre oferta
e demanda. E dentre estes motivos de acomodação estará a desistência de alguns
investidores que verão uma margem de lucro inferior ao esperado e preferirão
encerrar sua atividade.
Como será daqui a 3-5 anos? Espero que o serviço continue e que os negócios se mantenham. Particularmente, não entrei na onda das paletas mexicanas. Nem das self lavanderias; por enquanto, ainda não.
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