sábado, 14 de setembro de 2024

Natal na Copa: sim ou não?!

 Ainda na esteira do grandioso evento esportivo, os Jogos Olímpicos de Paris 2024, em que houve recorde na venda dos ingressos (a melhor marca da história, com mais de 12 milhões de ingressos vendidos e uma ocupação média de 95% dos espaços para os torcedores), temos a notícia de que Natal poderá receber jogos (ou seria apenas um único jogo) da próxima Copa do Mundo de Futebol Feminino da Fifa. Não há nenhuma proporção numérica entre este jogo de futebol, se acontecer em Natal, e a proporção de Paris 2024! Por mais que sejamos excessivamente ufanistas (desculpem a redundância), podemos no entanto utilizarmos dois tipos de comparação, dois parâmetros que Paris 2024 pode nos inspirar, aqui no RN.

 

Primeiramente a estratégia de comunicação. Não me refiro apenas à comunicação dos jogos, afinal de contas com a diversidade de esportes havia adeptos de várias modalidades, cada um com sua legião de fãs que se distribuem de forma bem espalhada pelo mundo (as torcidas nas partidas do tênis de mesa e do surf, por exemplo, não eram as mesmas). Cada federação esportiva em seu país enaltecia seus atletas e isto transformava Paris 2024 em uma verdadeira estratégia ao mesmo tempo natural (dos adeptos dos esportes) quanto incentivada (mídia e patrocinadores).

 

Se acontecer um ou mais jogos em Natal esta estratégia de comunicação dependerá pouco do próprio RN: senão, seremos um ponto no mapa para os torcedores dos países que poderiam vir acompanhar suas seleções.

 

Mas, há outra estratégia de comunicação que funcionou muito bem em Paris, por isto os 12 milhões de ingressos vendidos: a cidade preparou-se e preparou-se muito bem para mostrar aos turistas que estariam seguros e confortáveis para assistir aos jogos; mas, não é este o encantamento desta preparação, e sim a comunicação de que a cidade é acolhedora o suficiente para que qualquer pessoa possa assistir um jogo e depois aproveitar o que tem de melhor. É claro que praticamente todo mundo conhece Paris e seus icônicos pontos turísticos, mas vale lembrar que a cidade (com suas subprefeituras) organizou-se para valorizar cada espaço que pudesse ser atrativo, da “rua mais colorida” ao “melhor parque para caminhar”, além de vários locais de fun fest, gratuitos e com telões. Antes (bem antes) e intensamente Paris foi se mostrando ao mundo e encantando muita gente. Deu certo.

 

Primeiramente, portanto, seria interessante termos uma comunicação que possa atrair o máximo de turistas para Natal,  assistir ao jogo e passar mais tempo do que a simples viagem “bate-e-volta”. É fácil fazer isto? Particularmente acho que sim. Acho que é fácil, embora não seja simples. Mas, pode começar com um bom planejamento e uma boa equipe de trabalho.

 

A segunda condição de sucesso foi a preparação da cidade de Paris. Foi impressionante o número de voluntários e a comunicação visual na cidade para orientar quem chegava e tinha que andar por lá, de um lugar para outro. A chamada “comunicação urbana” foi sensacional. Provou que mesmo em megaeventos é possível realizá-la. Preparar a cidade para receber (bem) os turistas é fundamental. É fácil fazer isto? Particularmente acho que sim. Acho que é fácil, embora não seja simples. Mas, pode começar com um bom planejamento e uma boa equipe de trabalho.

 

Podemos fazer isto dar certo? Acho que sim. E talvez, quem sabe, Natal receber mais de um jogo!

 

Obs: e talvez, quem sabe, ninguém resolva mais chamar de “subsede” a cidade onde acontece o jogo afinal, nem a Fifa adota esta absurda denominação!

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