Aqui temos queijo, melhor dizendo, queijos. Não me refiro à variedade de queijos, o RN não é um grande produtor de queijos, praticamente concentramos nossa produção em dois tipos, o queijo de manteiga e o queijo de coalho. Temos muitos queijos pela existência de muitos produtores espalhados em várias cidades; em determinado momento comentava que seriam mais de 300 produtores embora, no entanto, acho que cerca de 20-30 estão devidamente legalizados e podem oferecer seus produtos em todos os pontos de venda.
Infelizmente ainda não conseguimos (e conseguiremos?) normalizar a
produção potiguar. É muito comum encontrarmos queijos – de qualidade! – em várias
cidades que são comercializados sem qualquer embalagem, sem qualquer
identificação do produtor e nem mesmo qualquer indício de prazo de validade. Um
risco constante que sofre o consumidor que não consegue confirmar a tal da “procedência”
e como se dizia muito antigamente, graças a uma propaganda em que o vendedor era
quem transmitia segurança ao consumidor: “a garantia soy jo”, naquele mesclado
e meloso portunhol.
Poderíamos ir mais adiante neste mercado produtor, que também depende do
mercado consumidor disposto a conhecer novos sabores e novas marcas. Na semana
passada, por exemplo, encontrei um queijo produzido em Mossoró (da marca
Taboleiro)! Claro, nada contra a cidade nem sua produção, mas não imaginei
haveria laticínio na cidade capaz assegurar seu fornecimento de leite; foi uma
boa surpresa encontrar este produtor por lá. Outra boa surpresa é a existência
da Queijeira Lima, de São Pedro que tem buscado algumas “misturas”, das quais a
mais recente é o queijo com café! Comprei, mas ainda não experimentei esta
mistura e espero que seja melhor que outras, visto que ainda acho que “queijo é
queijo” e misturas de queijo são... misturas.
Quem acompanha as notícias sobre este segmento percebe que há muitas variedades
mundo à fora como aqui no Brasil. Os queijos mineiros são tradicionalmente
reconhecidos por sua origem e geralmente a simples menção ao nome “mineiro” passa
a impressão de qualidade; mas, não se trata somente de mera impressão quando
vemos os diferentes tipos que são capazes de produzir e, melhor ainda, de
escoar a produção em diversas cidades do Brasil. O renome da condição de “queijo
mineiro” é tão forte que nos festivais de queijo que acontecem durante a Festa
do Boi, geralmente 1 ou 2 produtores são convidados a expor e vender seus
produtos, bem aqui, na terra do queijo de manteiga e do queijo de coalho.
Esta apresentação da concorrência, de financiar a vinda de queijos
mineiros aqui no RN é salutar por duas situações: primeiramente para o consumidor
que terá a oportunidade de degustar sabores de qualidade ou pelo menos
diferentes e, em seguida, para que os produtores locais possam visualizar as
possibilidades do mercado e, quem sabe, se interessarem em fazer novas
produtos; quem sabe.
Temos queijos, sim, no RN. Muitos, mas as experiências para degustação
ainda são poucas: queijo de búfala, com a Tapuio (em Taipu), muçarela em trança
e burrata da Maanaim (em Caicó) e às vezes um queijo mais curtido, da Fazenda
Lima (São Pedro). Não conheço todos, claro, mas são os exemplos mais vivos que
consigo me lembrar mais facilmente.
Na verdade, gostaria que a lista fosse bem maior. Temos queijos no RN, gostaria que tivéssemos mais queijos mas, não apenas o tal do “mais do mesmo”.
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