domingo, 14 de janeiro de 2024

Opinião. A formalização do comércio informal

 Que há em comum entre o Carnaval, São João, Halloween, Carnatal e Natal? São todas datas festivas com muita gente se divertindo e muita gente fazendo negócios, alguns de forma bem profissional e faturando alto – a começar pelos artistas e pelos agentes intermediários que vendem os shows principais – enquanto outras juntamos pequenos valores para quando terminar o evento ter um bom “apurado” e um resultado que garanta uma melhor sobrevivência ou uma melhor qualidade de vida (pagando contas ou comprando/investindo no que precisa).

 

Mas, há outro ponto em comum: é a época em que o comércio informal floresce e alguns pontos da cidade são tomados por pequenos empreendedores em busca de novos negócios. Em geral, informais (talvez hoje menos, pois há a oportunidade de ser MEI) e contando com a ajuda da família.

 

Nestas datas o comércio informal ganha um contorno diferente: durante alguns dias o que é informal passa a ser quase formal. Digo quase formal pois há uma regulamentação para ficar naquele local, muitas vezes exige-se um cadastro, paga-se uma taxa de ocupação do espaço e pronto, o que era informal parece ter mudado de aparência.

 

É uma situação, evidentemente, difícil de solucionar, mas não pela questão jurídica e sim pela questão social.

 

Enquanto isto, as Devassa, Skol e tantas outras marcas de cerveja contabilizam o aumenta das vendas assim como os importadores de itens baratos trazidos da China para ornamentar as festas e as roupas de cada evento, das fantasias básicas às mais elaboradas; Shopee, Shein e outros fabricantes-comerciantes também não reclamam das vendas.

 

Para os MEI foi criada uma taxa simbólica com pagamento mensal que nem de perto de aproxima da tributação normal e que no volume de todas as arrecadações não muda muito os cenários tributários locais, estaduais e nacional. Bem que poderia nestes eventos especiais com as vendas na rua/calçada, junto com a autorização excepcional de “formalização” do comércio (quase) informal haver uma contribuição tributária indireta: cada vendedor deveria comprovar suas compras com a apresentação de notas fiscais. É uma opinião.

 

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