Ontem saiu uma notícia do projeto da Ecocil, o Harmonia. Foi indicado
como um megaprojeto para a Região Metropolitana de Natal, uma novo formato de
incorporação imobiliária, o projeto de uma bairro/cidade planejado. Ideia interessante,
sem dúvida, pois movimentará o mercado imobiliário e poderá gerar um novo boom
de financiamentos e construções no novo espaço.
Mas, antes, cabe uma ressalva. A ideia do Harmonia não parece ser nova
como entendi na leitura. Há cerca de 4 anos também foi noticiado como um novo
projeto e há algum tempo foi até objeto de apresentação de carteira de projetos
da Ecocil com a RG Salamanca, uma expectativa de negócios para os “próximos dez
anos” da empresa que iriam além do empreendimento imobiliário, pois envolvia até
mesmo PPP com o Governo do Estado. Acho que agora é uma renovação, uma mudança
ou simplesmente um relançamento do projeto. De qualquer forma, o mais valioso é
que o antigo que virou novo poderá gerar novos negócios.
Os megaprojetos imobiliários são quase sempre assim: a ideia é lançada,
um horizonte de tempo é indicado mas o cronograma de execução demora um pouco
mais para ocorrer. Algumas vezes é a própria ambição do projeto, muito grandioso
e com pouco capital próprio, enquanto outras vezes é a conjuntura econômica
local ou nacional que inviabilizam a ideia. E a solução é fazer o gerenciamento
com... harmonia: recolher a proposta, repaginar a ideia e relançá-la em outra
ocasião.
Estas “novidades” não são uma novidade e basta lembrar de algumas ideias
desproporcionais em Pipa, Baía Formosa, praia Caraúbas etc. Muitos projetos de
grande porte que geram uma boa mídia mas geraram poucos negócios. Há cerca de
20 anos não tínhamos estes mega lançamentos no RN, até a chegada do capital
estrangeiro e os turistas que passaram a comprar imóveis na região,
especialmente em condomínios e flats perto da praia. Depois, com a crise 2008
todo o cenário global mudou e muitas ideias ficaram esquecidas, literalmente
esquecidas.
Apesar dos prejuízos é válido imaginar que a proposta da Ecocil poderá
relançar outras ideias e outros projetos grandiosos. Seria muito bom para o
mercado local e, quem sabe até, poderia provocar outras propostas de novos
projetos e, quem sabe, sendo ainda (muito) mais otimista, atrair novos
investidores estrangeiros, principalmente agora que há uma melhor estabilidade
econômica global e que o Euro e o Dólar estão bem valorizados. O grupo que está
com o Harmonia tem conhecimento suficiente para apostar no novo futuro.
Foi muito importante o período em que se construía muito no RN; Natal,
por exemplo, deu um salto de qualidade fenomenal e a cidade-capital ainda meio
provinciana conheceu muitas novidades nacionais e globais: nova arquitetura,
novos restaurantes, novos hotéis e pousadas com novos serviços etc.
Foi um período de boa prosperidade econômica; e, salvo falha de memória
minha, havia uma boa harmonia.
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