segunda-feira, 12 de agosto de 2024

A nova Harmonia nova

 

Ontem saiu uma notícia do projeto da Ecocil, o Harmonia. Foi indicado como um megaprojeto para a Região Metropolitana de Natal, uma novo formato de incorporação imobiliária, o projeto de uma bairro/cidade planejado. Ideia interessante, sem dúvida, pois movimentará o mercado imobiliário e poderá gerar um novo boom de financiamentos e construções no novo espaço.

 

Mas, antes, cabe uma ressalva. A ideia do Harmonia não parece ser nova como entendi na leitura. Há cerca de 4 anos também foi noticiado como um novo projeto e há algum tempo foi até objeto de apresentação de carteira de projetos da Ecocil com a RG Salamanca, uma expectativa de negócios para os “próximos dez anos” da empresa que iriam além do empreendimento imobiliário, pois envolvia até mesmo PPP com o Governo do Estado. Acho que agora é uma renovação, uma mudança ou simplesmente um relançamento do projeto. De qualquer forma, o mais valioso é que o antigo que virou novo poderá gerar novos negócios.

 

Os megaprojetos imobiliários são quase sempre assim: a ideia é lançada, um horizonte de tempo é indicado mas o cronograma de execução demora um pouco mais para ocorrer. Algumas vezes é a própria ambição do projeto, muito grandioso e com pouco capital próprio, enquanto outras vezes é a conjuntura econômica local ou nacional que inviabilizam a ideia. E a solução é fazer o gerenciamento com... harmonia: recolher a proposta, repaginar a ideia e relançá-la em outra ocasião.

 

Estas “novidades” não são uma novidade e basta lembrar de algumas ideias desproporcionais em Pipa, Baía Formosa, praia Caraúbas etc. Muitos projetos de grande porte que geram uma boa mídia mas geraram poucos negócios. Há cerca de 20 anos não tínhamos estes mega lançamentos no RN, até a chegada do capital estrangeiro e os turistas que passaram a comprar imóveis na região, especialmente em condomínios e flats perto da praia. Depois, com a crise 2008 todo o cenário global mudou e muitas ideias ficaram esquecidas, literalmente esquecidas.

 

Apesar dos prejuízos é válido imaginar que a proposta da Ecocil poderá relançar outras ideias e outros projetos grandiosos. Seria muito bom para o mercado local e, quem sabe até, poderia provocar outras propostas de novos projetos e, quem sabe, sendo ainda (muito) mais otimista, atrair novos investidores estrangeiros, principalmente agora que há uma melhor estabilidade econômica global e que o Euro e o Dólar estão bem valorizados. O grupo que está com o Harmonia tem conhecimento suficiente para apostar no novo futuro.

 

Foi muito importante o período em que se construía muito no RN; Natal, por exemplo, deu um salto de qualidade fenomenal e a cidade-capital ainda meio provinciana conheceu muitas novidades nacionais e globais: nova arquitetura, novos restaurantes, novos hotéis e pousadas com novos serviços etc.

 

Foi um período de boa prosperidade econômica; e, salvo falha de memória minha, havia uma boa harmonia.

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