quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Qual a validade de um buraco?

 

Faço esta pergunta meio estranha baseado, como dizem alguns filmes, em “fatos reais”. Há alguns dias que tem um buraco na faixa de pedestres no Alecrim, em um cruzamento bastante movimentado. Nada muito extenso mas o suficiente para uma moto levar um queda ou um susto ou ainda um pedestre machucar-se. Parece comum e simples, como acontece em várias ruas da cidade. E é isto mesmo, algo tão comum que passou alguns dias do mesmo jeito; ou quase.

 

Há outro fator inusitado, mas antes vou comentar sobre o buraco. Primeiro colocaram dois pneus, uma na vertical e outro na horizontal, para sinalizar de longe que havia um problema na rua. Depois, tiraram os pneus e não colocaram nada. Depois, colocaram alguns galhos no buraco e na altura da rua dava para ver as folhas. Mas, como as folhas foram várias vezes “atropeladas”, não ficou mais nada. Exceto, claro, o buraco.

 

O inusitado, o curioso, é que todo dia de manhã tem dois agentes da STTU atuando na avenida, e ficam a menos de 10 metros do buraco, das plantas e dos pneus! Todos os dias de manhã cedo estão lá. Acho inacreditável, mesmo entendendo que não é papel da STTU o conserto. Mas, duas observações: são agentes públicos municipais e poderiam ter avisado à Semurb ou outro órgão da Prefeitura e deveriam ter colocado uma sinalização oficial indicando um problema na via urbana.

 

Mas nada disso. Todo dia tem gente nova, passam do ladinho do problema e todos os dias continuam a ignorar a situação. São dois agentes “controlando” o trânsito, nenhum deles se propõe a alertar os motoristas sobre o problema ali do lado. Muita tranquilidade, parece, ou muita morosidade, também parece, ou muita falta de interesse, também me parece. Mas, claro, não tenho certeza. Quem sabe eles até ligaram todos os dias para a Semurb (ou sei lá qual órgão) alertando sobre o problema e do outro lado ninguém se comoveu. São dúvidas pertinentes e, como há o benefício da dúvida, quem sabe a culpa não é de ninguém; certamente, não é de quem passa por lá, pelo risco.

 

Por tudo isto, fico me perguntando “qual é a validade de um buraco?” ou, traduzindo, como fazer para que o serviço possa ser realizado? Será que dependeria do cidadão comum, eu, por exemplo? E somente se alguém solicitasse o serviço? Se depende sempre de alguém fazer uma reclamação é hora de ajustar as equipes de manutenção para que não esperem por um “aviso” do cidadão, para que haja uma atividade preventiva.

 

Não é fácil administrar uma cidade e um problema pequeno como este é uma simples e básica situação considerando tantos outros problemas mais urgentes. É verdade que há algo mais importante para ser resolvido e com impacto maior mas, depois de alguns dias os problemas menores acabam “crescendo” pois tornam-se repetitivos. A crítica, claro, é meramente pontual e não pode refletir o resultado total, assim como não é a cereja que salva o bolo, mesmo se muitas vezes as pessoas preferem enaltecer a cereja, atentar mais aos detalhes do que à plena realidade.

 

Qual a “validade” de um buraco? Não sei, deveria nem ter validade, o ideal é que a gente nem notasse; ou que ele nem existisse.

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