sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Mubadala em energias

 

O maior fundo soberano (aquele que pertence a um país) com investimentos no Brasil deve ser o Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos. Desde 2012 investe no Brasil e recentemente anunciou que pretende investir cerca de novos R$ 68,5 bilhões. É muito dinheiro! Talvez para o fundo soberano daquele país seja apenas uma pequena parte de sua capacidade de investimento mas, para uma única empresa é um sólido investimento, ou seja, uma capacidade de gerar recursos suficientemente robustos para esperar que o resultado do investimento de hoje traga um retorno financeiro a médio ou longo prazos.

 

Aqui no Brasil já somam quase R$ 32,0 bilhões os valores aplicados pelo fundo Mubadala. E, apesar se sua origem ser um grande produtor e exportador de petróleo, os investimentos aqui são bem diversificados: academia, metrô, estradas, educação, rede de fast food etc, sem esquecer usinas de álcool e refinaria de petróleo. Esta, diria, dispersão de investimento deve ter uma lógica bastante simplificada, o retorno sobre o capital investido ou, em outras palavras, um bom lucro em relação às valores aplicados.

 

Mas, claro, deve também ter alguma outra lógica nesta estratégia tão distinta: o volume de negócios e o mercado de uma rede de academia são bem diferentes do gerenciamento de metrô no Rio de Janeiro. Não consegui identificar alguma sinergia entre os diferentes tipos de investimento para entender qual seria esta lógica e por isto me vejo obrigado a imaginar 2 conclusões iniciais: a primeira, de que o que move mesmo a escolha do fundo Mubadala é o retorno do investimento e a segunda é que não há “preconceito” nem limite para investimentos em outras áreas.

 

É nesta segunda razão que acho pode haver alguma expectativa de termos o fundo Mubadala com investimentos no Nordeste e, quem sabe, no Rio Grande do Norte. Curiosamente, não investem em energias renováveis e talvez o motivo seja uma questão de ideal, pois se dependem do petróleo no país não haveria sentido em investir na “concorrência”, as energias renováveis. Mas, considerando que negócios são negócios, quem sabe um dia teremos uma boa surpresa?

 

Seria muito interessante se o Brasil conseguisse convencer o fundo soberano a investir em duas atividades distintas mas, de alguma forma, complementares: aviação civil e turismo. Bem que poderiam comprar uma das nossas empresas aéreas em dificuldade e investir em uma rede de hotéis (e nem precisava ser nova, poderia simplesmente comprar alguma existente ou adquirir o direito de novas franquias). Seria muito bom para o Nordeste e especialmente para o RN. Alavancaria, de forma muito expressiva, o nosso turismo e daria um novo salto, mais ou menos parecido quando aconteceu há cerca de 1-2 décadas quando recebemos muitos investidores turísticos no RN, quando Pipa apareceu de forma exponencial na mídia e nos mercados emissores de turistas europeus.

 

Não tenho nenhuma ideia se um dia Mubadala chegará aqui perto de nós. Mas acho que seria uma boa oportunidade, uma boa notícia para ilustrar o noticiário do RN. Ficar, então, na torcida.

Nenhum comentário: