O maior fundo soberano (aquele que pertence a um país) com investimentos
no Brasil deve ser o Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos. Desde 2012 investe
no Brasil e recentemente anunciou que pretende investir cerca de novos R$ 68,5
bilhões. É muito dinheiro! Talvez para o fundo soberano daquele país seja
apenas uma pequena parte de sua capacidade de investimento mas, para uma única
empresa é um sólido investimento, ou seja, uma capacidade de gerar recursos suficientemente
robustos para esperar que o resultado do investimento de hoje traga um retorno financeiro
a médio ou longo prazos.
Aqui no Brasil já somam quase R$ 32,0 bilhões os valores aplicados pelo
fundo Mubadala. E, apesar se sua origem ser um grande produtor e exportador de petróleo,
os investimentos aqui são bem diversificados: academia, metrô, estradas,
educação, rede de fast food etc, sem esquecer usinas de álcool e refinaria de
petróleo. Esta, diria, dispersão de investimento deve ter uma lógica bastante
simplificada, o retorno sobre o capital investido ou, em outras palavras, um
bom lucro em relação às valores aplicados.
Mas, claro, deve também ter alguma outra lógica nesta estratégia tão
distinta: o volume de negócios e o mercado de uma rede de academia são bem
diferentes do gerenciamento de metrô no Rio de Janeiro. Não consegui identificar
alguma sinergia entre os diferentes tipos de investimento para entender qual
seria esta lógica e por isto me vejo obrigado a imaginar 2 conclusões iniciais:
a primeira, de que o que move mesmo a escolha do fundo Mubadala é o retorno do
investimento e a segunda é que não há “preconceito” nem limite para investimentos
em outras áreas.
É nesta segunda razão que acho pode haver alguma expectativa de termos o
fundo Mubadala com investimentos no Nordeste e, quem sabe, no Rio Grande do
Norte. Curiosamente, não investem em energias renováveis e talvez o motivo seja
uma questão de ideal, pois se dependem do petróleo no país não haveria sentido
em investir na “concorrência”, as energias renováveis. Mas, considerando que
negócios são negócios, quem sabe um dia teremos uma boa surpresa?
Seria muito
interessante se o Brasil conseguisse convencer o fundo soberano a investir em
duas atividades distintas mas, de alguma forma, complementares: aviação civil e
turismo. Bem que poderiam comprar uma das nossas empresas aéreas em dificuldade
e investir em uma rede de hotéis (e nem precisava ser nova, poderia simplesmente
comprar alguma existente ou adquirir o direito de novas franquias). Seria muito
bom para o Nordeste e especialmente para o RN. Alavancaria, de forma muito expressiva,
o nosso turismo e daria um novo salto, mais ou menos parecido quando aconteceu
há cerca de 1-2 décadas quando recebemos muitos investidores turísticos no RN,
quando Pipa apareceu de forma exponencial na mídia e nos mercados emissores de
turistas europeus.
Não tenho
nenhuma ideia se um dia Mubadala chegará aqui perto de nós. Mas acho que seria
uma boa oportunidade, uma boa notícia para ilustrar o noticiário do RN. Ficar,
então, na torcida.
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