Os hospitais estão passando por mais uma transformação ou adaptação ou ainda, considerando as constantes mudanças necessárias, apenas mais uma nova fase. Aqui no RN tivemos alguns movimentos no mercado nos últimos anos com os planos de saúde “invadindo” o que era uma área isolada: de um lado os planos de saúde e do outro os hospitais. Mas, depois do hospital do Hapvida, do fim da Promater como hospital de amplo atendimento e mais recentemente o hospital da Unimed, quem não está em nenhum dos planos de saúde exclusivos destes hospitais acaba tendo mais dificuldade pela ausência de nova oferta de serviços, de grande porte.
Toda esta movimentação não tem como vínculo principal a qualidade do atendimento nem mesmo uma campanha de marketing de oferecer uma exclusividade para os associados de cada plano. É bem verdade que estes dois fatores estão presentes e podem sempre ser explorados neste novo modo de vida dos hospitais que são planos de saúde ou planos de saúde com hospitais. Mas, claramente, a motivação é outra: reduzir custos.
Os custos de atendimentos médicos para os plano de saúde têm aumentado mais do que gostariam e do que se permitem no valor das mensalidades. Dois fatos explicam este aumento, os custos de internação e a inovação tecnológica. A saúde custa caro, cada vez mais caro, e sempre que um cliente de plano de saúde se transforma em paciente internado em um hospital o valor a ser cobrado dos planos é bastante elevado; é que além do custo de mão de obra tem aquele de todo material utilizado e o da medicação, cada vez melhor e mais cara, e o fator idade, o prolongamento da vida dos brasileiros que faz que com que os custos com cuidados de pessoas idosas seja bastante elevado (e mais ainda quando há necessidade de internação na UTI). Isto é muito bom, todo este cuidado e atendimento médico, para o cidadão é a melhor respostas esperada e, particularmente, acho que não é a redução destes “custos” que deve entrar na pauta nem de hospitais nem de planos de saúde.
E há a tecnologia, um fator que eleva bastante os custos médico-hospitalares. Hoje parece que é praticamente impossível ir ao médico (em certas especialidades) sem que seja solicitado um ou mais exames com máquinas “modernas”, super invasivas e bastante detalhistas (novamente deixar claro que acho tudo isto muito bom do ponto de vista do ser humano!). Alguém tem que comprar uma máquina caríssima, garantir os insumos para poder fazer exames e pagar pelos profissionais; isto custa caro e, certamente, tudo é repassado para os planos de saúde. E não há o que fazer, pois cada médico tem sua liberdade. E neste período recente, e considerando que parte desta tecnologia é importada, assim como os insumos, a alta do dólar não ajudará em nada nesta conta.
O caminho dos planos de saúde para tentar conter os seus custos foi realizar tudo ou quase “em casa”, criando seu hospital, uma forma de diminuir o valor a ser pago ou uma tentativa de controlar os custos. O efeito disto é que os outros hospitais, aqueles que atendiam a muitos, agora têm menos clientes e, consequentemente, podem ter uma redução na demanda de serviços embora, por outro lado, os custos de implantação e manutenção no mínimo continuam os mesmos. É possível que alguns hospitais tenham uma resultado negativo com esta movimentação e, infelizmente para a população do RN, com menor demanda de serviços e internações hospitalares diminui a possibilidade e expectativa de novo investimento em hospital no RN.
Estamos no tempo de “meu plano, meu hospital”.
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