Com a concentração de hospitais e planos de saúde em um mesmo grupo econômico, especialmente observando nossa realidade do RN, aqueles hospitais que são, digamos, “generalistas” devem perder/já perderam uma certa quantidade de clientes ou, para trocar a linguagem comercial pela linguagem médica, pacientes. Temos vários hospitais no RN e, para ficar com os de Natal, alguns maiores como o São Lucas, o do Coração e o Riograndense (acho que é este o nome) que atendem aos demais planos de saúde já devem ter deixado de ser atendidos pelo Hapvida, Humana e mais recentemente Unimed. Certamente, uma queda na receita.
Diminuem as receitas mas as despesas continuam crescentes, como mencionei ontem. E não diminuem, a inflação da área de saúde é sempre elevada e cada vez que a ANS decide que um novo procedimento deve ser incorporado á obrigação de atendimento dos planos, aumentam os custos para todos.
Por isto acho que os hospitais devem focar nos seus centros de receita. E diversificá-los. Praticamente as receitas estão restritas aos procedimentos médicos dos clientes particulares e aos pagamentos dos serviços prestados aos clientes de plano de saúde; em outras palavras, embora sejam dois grupos de fonte de receitas, o serviço prestado é único, entre consulta, exame e internação.
Eventualmente poderiam ser inovadores em outras atividades, todas correlatas com a área da saúde. Como ideia e, claro, de forma teórica pois não sou da área, poderiam ter centros clínicos especializados em algumas áreas de saúde que exigem baixo ou menor custo mas com uma grande demanda de serviços. Penso nas atividades de fisioterapia, atendimento psicológico, nutrição (e alimentação saudável) ou ainda dermatologia. Quando menciono o baixo ou menor custo não estou me referindo ao valor a ser remunerado aos profissionais, mas o fato de que geralmente são atividades que demandam poucos exames sofisticados (aqueles, das máquinas caras, de alta tecnologia) e uma estrutura com muito foco no acolhimento e na qualidade do espaço, mais do que no universo tecnológico e que não demandam, por exemplo, atendimento 24h com os elevados custos de manutenção de equipes (considerando os encargos trabalhistas).
E talvez a percepção para o cliente de que o serviço médico está associado a um hospital dê ainda mais segurança em buscar o atendimento pois terá uma consulta tão bem qualificada como em um consultório médico como poderá contar, ali do lado, de forma mais imediata, da disponibilidade de um serviço complementar, como por exemplo um exame.
Acredito que este complemento poderá gerar algumas vantagens para vários interessados. De um lado, os hospitais poderiam ter mais serviços a ofertar e uma maior receita, do outro lado as pessoas terão uma maior oferta de serviços e poderia ir a uma consulta e, se necessário, passar por um corredor ou atravessar uma rua para fazer algum exame, ali do lado, sem ter que sair buscando a melhor disponibilidade em um ou mais endereços.
E ao final a grande vantagem é que poderemos ter até mesmo mais hospitais, neste novo formato. Há tempos que não temos grandes investimentos neste segmento, apesar do aumento da população e de seu envelhecimento, que gera um crescente aumento de demanda.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário