terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Salman Khan: AI, AI e AI

Salman Khan é um professor que abandonou sua carreira quando decidiu que poderia ensinar conhecimentos de forma mais didática e o objetiva e gravar estas aulas no YouTube para disponibilizar gratuitamente ao seu público. Já faz mais de uma década que tudo isto começou e hoje, com sua Academia Khan, o norte-americano de origem bengalesa está sendo cada vez mais observado e cada vez mais lido; ele já publicou várias obras e dentre as mais recentes está o livro “Admiráveis ​​palavras novas: como a IA revolucionará a educação” (Brave new words: how AI will revolutionize education), ainda não lançado no Brasil.

O título é autoexplicativo e mexe com muitas informações e principalmente com muitas convicções que temos no mundo social e no mundo educacional, em particular. Não temos como abandonar a ideia de que a AI (ou IA, inteligência artificial) já mudou muita coisa em nossas vidas e de forma muito rápida. E olhe que ainda estamos a descobrir o que mudará pela frente, quais atividades serão promissoras, que tipos de emprego ficarão para trás e quais os riscos de tanta tecnologia evolutiva – mas também invasiva – pode gerar na mão de pessoas ruins e de governos ditatoriais. Mas, é fato, sim, nós temos a AI e muita gente, mesmo em casa, já está utilizando, sem medo, sem preconceito ou até mesmo sem saber exatamente o que isto significa.

A mudança é gigantesca e muito rápida. E, talvez um dos pontos graves desta história em construção é que os impactos na educação ainda não foram totalmente avaliados e, mais ainda, não sabemos como incluir a IA na educação formal, nas escolas e desde cedo. Não podemos, claro, comparar com a calculadora em sala de aula que “atrapalharia” as aulas de matemática e que geraram opiniões diversas e distintas; agora, com a IA o impacto e efeito está em todas as disciplinas, aliás em todas as atividades nas escolas.

Parece que nos anos finais das escolas e nas universidades (da graduação à pós-gradiação) a IA encontrou um forma mais operacional de utilização, tamanha a facilidade em “fazer” trabalhos escolares/acadêmicos, realizar “pesquisas científicas”, “criar” apresentações em sala de aula e até mesmo, infelizmente, “escrever” artigos científicos. São aspectos pontuais que contribuem/atrapalham a formação educacional.

Mas, resta uma questão: a partir de quando, de que idade, em sala de aula as crianças já poderão utilizar a IA? E não somente como utilizá-las, que é outro grande problema, com um adicional, ainda mais grave: os professores que ensinarão a utilização da IA em sala de aula já sabem como fazer? Ora, se para as crianças está tudo a começar, imagine então para as gerações de professores que não tiveram nenhuma formação na área simplesmente pelo fato de que quando se formaram sequer existia IA no mundo! O problema, claro, é grave mas com solução.

“Admiráveis ​​palavras novas: como a IA revolucionará a educação”, é não somente o título do livro de Khan como também uma dura realidade a enfrentar. Temos que estar todos preparados. E o mais curioso com tudo isto é que para a nova formação dos educadores e dos professores um dos aliados mais importantes poderá ser a IA! Ou, se preferir, AI, AI e mais AI para todos. Estamos prontos?


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