sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Museus “para inglês ver”

 Sim, temos museus no RN! Sim, temos museus em Natal, alguns popularmente mais conhecidos e outros menos visitados e até mesmo menos divulgados. Mas temos, além de museus, outros pontos culturais em Natal, a cidade do RN que recebe maior número de turistas. E estamos em plena safra do turismo, para quem tem alguma dúvida basta ir em Ponta Negra na parte da noite ou circular pela via Costeira durante o dia para contar quantos bugres passam diariamente por lá cheios de turistas em direção às praias mais distantes da Capital.

Nosso turismo é e sempre foi o tal do “sol e mar”. É uma característica presente em várias cidades do mundo, seja a (decadente?) Cancún sejam as cidades do Mediterrâneo sejam os destinos paradisíacos da Ásia: acho que poucos são os que se propõe viajar até as Maldivas ou Fidji colocando como prioridade outra justificativa a não ser as belíssimas paisagens das ilhas e praias; claro, acompanhadas dos resorts e dos coquetéis na beira da praia. Não acompanho muita esta turma, nem destes influenciadores, mas dentre as fotos mais populares não estão as visitas às feiras de artesanato, a paisagens interiores ou até mesmo aos museus ou centros de exposição...

E é assim o tal do turismo de “sol e mar”. Funciona e funciona muito bem desde que acompanhado de outras características, de outros aspectos que realcem a memória do visitante e que faça parte de seu destino exceto, claro, se a intenção da viagem é apenas ficar na praia o tempo todo. Mas, quando o destino turístico oferece outras oportunidades de atividades de lazer, ele fica bem mais atrativo. Em geral, o turista sente-se atirado – além das belezas naturais – por atividades esportivas, gastronomia e cultura.

Para ficar no tema da cultura, muitos museus no mundo inteiro são famosos e tornam-se ponto de visitação mesmo para aqueles que não são, por exemplo, os principais amantes das artes. Basta lembrar que em São Paulo o Masp é o museu mais visitado e nem por isto frequentado apenas pelos amantes das artes, profissionais e estudantes do ramo. É que torna-se emblemática a visita pela oportunidade que oferece de conhecer um museu com suas riquezas e diversidades. É algo – aliás, que aconselho – vale a pena visitar quando passar (ou passear) por São Paulo.

Aqui em Natal temos museus. Não os conhecemos tão bem e talvez pelo fato de não terem o mesmo reconhecimento externo, digo, de quem vem de fora e busca o museu com uma opção e lazer e de cultura. O mais conhecido, por nós, é o Câmara Cascudo mas, acho, pouco visitado pelos natalenses. Talvez o mais visitado aqui na Grande Natal seja aquele em Parnamirim que tem um modelo de avião (sempre me pergunto se é real!) e outro de um foguete: é que ele está no meio do caminho do turista que segue para o Litoral Sul e acaba aproveitando para parar e ver o que há por lá.

Temos museus em Natal. Nem todos estão neste “meio do caminho do turista”. Mas, bem que poderiam estar e poderia ser justamente agora, na alta estação. Mas não para ser um museu “para inglês ver”, para usar a velha expressão debochada, mas para francês, português, espanhol, argentino etc ver assim como também para paulista, carioca, pernambucano, cearense etc ver. E também os potiguares.


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