segunda-feira, 5 de abril de 2021

Água do RN, todos os dias

 

Água mineral já foi um produto semi-luxuoso, aqui no RN e em todo o Brasil. Eram os tempos dos pesados garrafões de vidro e do custo elevado que faziam com que poucas residências tivessem uma imagem de privilegiada para aquelas que ostentavam garrafões, tal como nas empresas. Traziam qualidade, considerando que todo mundo tinha um filtro, como traziam dificuldades, literalmente, ao ter que colocar o garrafão no suporte como também no sentido figurativo, o peso que afligia o bolso da maioria da população.

Era também o tempo em que não havia (ou poucas) empresas locais fornecedoras, a então icônica Indaiá era a mais conhecida e, embora utilizasse água do subsolo potiguar, a marca não é da nossa terrinha.

Eram também os tempos em que as políticas públicas utilizavam como mecanismo de redução de propagação de doenças uma simples torneirinha! Quem não foi desta época não conseguirá imaginar o papel destas torneirinhas no combate à propagação da gripe e várias outras doenças infantis. Explico: o pessoal da Saúde (Funasa?) percorria as casas em comunidades e as fazendas com instrumentos básicos para furar o pote de água e poder colocar a torneirinha, aquela que tínhamos nos filtros e que suprem a mesma finalidade daquelas nos “geláguas” atuais. É  que antes delas toda a família utilizava um único pote e mergulhava o copo para pegar água e, bastava um estar com gripe, ao mergulhar o copo, para contaminar todos.

Parece meio estanho contando assim.

Parece meio arcaico contando assim.

Mas, até a virada do século, isto não era exceção, infelizmente.

Hoje, temos águas do RN. E todos os dias.

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