Água mineral já foi um produto
semi-luxuoso, aqui no RN e em todo o Brasil. Eram os tempos dos pesados
garrafões de vidro e do custo elevado que faziam com que poucas residências tivessem
uma imagem de privilegiada para aquelas que ostentavam garrafões, tal como nas
empresas. Traziam qualidade, considerando que todo mundo tinha um filtro, como
traziam dificuldades, literalmente, ao ter que colocar o garrafão no suporte
como também no sentido figurativo, o peso que afligia o bolso da maioria da
população.
Era também o tempo em que não
havia (ou poucas) empresas locais fornecedoras, a então icônica Indaiá era a
mais conhecida e, embora utilizasse água do subsolo potiguar, a marca não é da
nossa terrinha.
Eram também os tempos em que as
políticas públicas utilizavam como mecanismo de redução de propagação de
doenças uma simples torneirinha! Quem não foi desta época não conseguirá
imaginar o papel destas torneirinhas no combate à propagação da gripe e várias
outras doenças infantis. Explico: o pessoal da Saúde (Funasa?) percorria as
casas em comunidades e as fazendas com instrumentos básicos para furar o pote de
água e poder colocar a torneirinha, aquela que tínhamos nos filtros e que suprem
a mesma finalidade daquelas nos “geláguas” atuais. É que antes delas toda a família utilizava um
único pote e mergulhava o copo para pegar água e, bastava um estar com gripe,
ao mergulhar o copo, para contaminar todos.
Parece meio estanho contando assim.
Parece meio arcaico contando
assim.
Mas, até a virada do século, isto
não era exceção, infelizmente.
Hoje, temos águas do RN. E todos
os dias.
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