segunda-feira, 19 de abril de 2021

Solicita e relicita

 

Tudo começou quando a atual concessionária do aeroporto em São Gonçalo do Amarante viu que a conta do lucro estava demorando demais para decolar. As despesas aterrissavam mais rapidamente do que as receitas alcançavam alguma altura capaz de fazer com que a empresa tivesse um bom resultado. Com desculpas aos mais formais pelos trocadilhos, não podia deixar de fazer esta semelhança que fugiu a todas as simulações que a empresa poderia ter feito. Ou, se realizou as simulações não previu algo, ainda que seja o imprevisível. Não foi fácil, desde o começo.

Não participei do voo inaugural. Aliás, lembra dele? O primeiro voo foi a chegada em SGA e algumas pessoas pegaram um voo saindo do antigo aeroporto e foram até São Paulo para poder fazer a viagem inaugural e poder afirmar que estavam no primeiro voo! A divulgação desta primazia foi curta, a mídia não espalhou muito o assunto e acho que hoje caiu no esquecimento: quem teriam sido os pioneiros...?

Será que tinha alguém da atual concessionária?

Provavelmente sim, e esta data ficará marcada tal como ficou a data em que venceram o leilão, em que lançaram a pedra fundamental e, muito certamente, ficará marcada a data em que se livrarão do abacaxi. Infelizmente – e digo isto pensando que todo investimento nasce com a promessa e expectativa de lucro e que quando não dá certo, nunca é bom pensar no prejuízo que alguns sofrerão -, foram anos de gestão no vermelho. Azul mesmo ficou apenas o céu que cobre o aeroporto, as contas nunca fecharam. Houve alguns fatores externos: redução na taxa de embarque, crise econômica em 2015 e agora o efeito Covid, para citar os mais graves. Mas, eventualmente deve ter ocorrido mais algum outro fator próprio ao tipo de investimento e ao modelo de gestão. Não sei, acho não saberemos todos os detalhes.

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