No mesmo artigo que disciplinou as propostas para implementação da
política estadual, que já mencionava a “caracterização cultural e científica de
sementes”, também determina que o poder público (prefiro a ideia de poderes
públicos apenas para ficar mais explícito) deve “realizar estudos e pesquisas
para monitorar a contaminação das sementes crioulas por genes transgênicos,
adotando iniciativas para proteção das sementes crioulas frente à contaminação
através dos referidos genes transgênicos”. Embora a primeira leitura possa
parecer a ideia de combate ao mundo dos transgênicos, prefiro a leitura de que
a tradição desta cultura agrícola deve ser preservada com utilização de toda a
tecnologia possível (daí os “estudos e pesquisas”) mas para preservar as
técnicas tradicionais de sucesso. Se houver predominância de produção de
domínio tecnológico para poucos, a política estadual, de preservação, perderia
seu sentido.
A cultura tecnológica é fundamental. Neste caso em particular,
para que a tecnologia garanta a cultura, não o contrário.
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