A Lei 10.852/2011 que criou a “Política Estadual de Sementes de
Cultivares e Mudas Crioulas” no RN tem um nobre propósito já a partir da área
de atuação, a agricultura e, mais especialmente neste caso, a agricultura
familiar. Não há, entendo assim, necessidade de se travar um debate entre
agricultura familiar e agronegócio, não são opções antagônicas e não cabe um
“ou” entre elas; na verdade, cabe um “e”, todos os estados e países podem muito
bem conviver com as duas propostas. Algumas vezes esta duplicidade de
agricultura ocorre em grandes centros urbanos que são abastecidos pelas grandes
empresas do agronegócio como também pela pequena produção local, de vizinhança
e até mesmo, em alguns casos, em hortas comunitárias em espaços perdidos
(abandonados?) entre grandes prédios e conjuntos habitacionais.
Não é incomum encontrar esta proposta em grandes centros urbanos
globais, sem mencionar ainda o crescente apelo ideológico pela produção local
como uma possível alternativa para produto mais saudáveis sem o excessivo uso
de agrotóxicos (as consequências desta micro produção podem ter seu aspecto
negativo, isto, infelizmente, nunca é lembrado! Mas, é tema de outro assunto,
para outro dia).
Esta pequena produção ainda tem a mesma base da grande produção:
as sementes são, geralmente, de empresas tradicionais que atuam com
melhoramento genético até para poder garantir ao consumidor que ele terá a certeza
de sua colheita; curiosamente, para produzir em pequena escala utiliza-se da
capacidade das empresas de grande escala.
Não é o caso desta nova política estadual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário